“Um dos dias mais tristes da história de Mariana”, disse Monsenhor Vicente Diláscio ao escrever sobre o incêndio da Santuário de Nossa Senhora do Carmo, que completou 25 anos no último dia 20. Em 1999, dois turistas tiravam fotos quando perceberam a fumaça subindo. Em poucos minutos, todo o telhado da igreja havia sido consumidos pelas chamas.
Através do perfil do Instagram da Catedral de Mariana, o arquidiocese publicou um vídeo em que moradores da cidade e pessoas envolvidas contam como foram aqueles momentos e quais foram as ações tomadas para salvar o patrimônio histórico ali presente.
Veja:
AS CAUSAS DO INCÊNDIO
De acordo com uma reportagem publicada pela Arquidiocese de Mariana, o incêndio no Santuário de Nossa Senhora do Carmo em Mariana, que completa 25 anos, teve sua origem em um acidente causado por uma combinação infeliz de circunstâncias. O santuário, que havia recebido parte da verba anual da Companhia Vale do Rio Doce destinada a projetos culturais e sociais nas cidades onde eram extraídos minérios, estava passando por um processo de restauração desde 1995, financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O projeto de restauração envolveu a recuperação do telhado, da estrutura de sustentação, do forro, sistema elétrico e pintura. Em 1998, o BNDES acolheu o projeto de complementação dos trabalhos na igreja, incluindo-a entre os prédios a passarem pelo processo de descupinização. Tudo estava procedendo bem, e a comunidade aguardava ansiosamente a conclusão da reforma.
No fatídico dia 20 de janeiro de 1999, um acidente desencadeou o incêndio. Uma lâmpada explodiu, causando um curto-circuito, e as faíscas geradas foram alimentadas pelas substâncias inflamáveis utilizadas na eliminação dos cupins, processo parte do projeto de descupinização. Embora a perícia não tenha sido conclusiva, a explosão da lâmpada e o subsequente curto-circuito foram apontados como as causas prováveis do incêndio.
Este evento é uma tragédia que mobilizou toda a comunidade, todos em um movimento de reconstrução do Santuário ao mesmo tempo em que as chamas o destruíram e devoraram. Este templo está sendo reconstruído com a participação e a benevolência de Deus. Fazer a recordação desse evento é, para nós, um compromisso no presente, a fim de continuar cuidando do nosso patrimônio religioso e histórico.
disse o Padre Geraldo Buziani.
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O incêndio consumiu rapidamente o templo restaurado em quatro anos, destruindo partes valiosas, incluindo os altares laterais em talha rococó e uma pintura do forro da nave, feita por Francisco Xavier Carneiro, que retratava Nossa Senhora do Carmo entregando o escapulário a São Simão Stock.
O evento trágico marcou um dos dias mais tristes na história de Mariana, e a comunidade uniu esforços para tentar salvar o que podia. O Corpo de Bombeiros de Ouro Preto e as unidades de bombeiros das empresas mineradoras da região foram acionados para conter as chamas. Apesar dos esforços, o santuário foi praticamente reduzido a escombros em menos de 40 minutos.
RESTAURAÇÃO E REABERTURA
Após o trágico incêndio em 20 de janeiro de 1999 no Santuário de Nossa Senhora do Carmo em Mariana, a comunidade se uniu para o restauro. Liderados por Dom Luciano e Monsenhor Vicente Diláscio, o trabalho envolveu esforços da população, paróquias locais, empresas e apoio da imprensa. Os restauros iniciaram em abril de 2000, com cobertura metálica na nave, financiada por convênio entre o Ministério da Cultura e o IPHAN.
Em setembro de 2000, a Arquidiocese continuou a restauração, incluindo a recuperação das fachadas e a instalação da porta principal. O escultor Rinaldo Urzedo contribuiu para a restauração do medalhão externo. Em dezembro de 2000, os andaimes começaram a ser desmontados, e em fevereiro de 2001, Dom Luciano expressou a alegria de ver a “beleza externa do santuário”, que levaria mais um ano para ser reaberto.
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Jornalista formado pela Universidade Federal de Ouro Preto, com passagens por Esporte News Mundo, Blog 4-3-3 e Agência Primaz.
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