Em Ouro Preto, O Museu Casa Guignard irá apresentar uma mostra inédita que devolve duas obras praticamente invisíveis do mestre Alberto da Veiga Guignard. A exposição, nomeada “Do Invisível ao Visível”, acontecerá a partir da próxima quarta-feira (24) e integra a programação da 19ª Primavera dos Museus: “Museus e mudanças climáticas”.
A realização reúne desenhos originais do artista e imagens recuperadas por meio de técnicas avançadas de fotografia científica, fruto da pesquisa realizada por Larissa Oliveira, conservadora e restauradora de bens culturais do Núcleo de Gestão de Acervos da Diretoria de Museus (DIMUS/Secult-MG).
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Durante seis meses, Larissa aplicou metodologias que empregam diferentes radiações do espectro eletromagnético, como luz visível, fluorescência ultravioleta, infravermelho e imagem multiespectral, além de técnicas como RTI e luz rasante. Recentemente, o estudo foi apresentado em Granada, na Espanha, no evento Archiving 2025 – Cultural Heritage Imaging, Preservation, and Access, sendo desenvolvido como Trabalho de Conclusão de Curso na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), sob orientação do professor Alexandre Leão.
Após o trabalho, os desenhos quase apagados pelo tempo ganharam nova visibilidade sem que houvesse qualquer intervenção física sobre o papel, preservando a integridade da obra original.
“Esse trabalho é fundamental para que pesquisadores e o público em geral tenham acesso às obras, compreendam as degradações sofridas ao longo do tempo e reconheçam os detalhes recuperados pelo processo”, destaca a restauradora Larissa Oliveira.
“Com as técnicas de imagem científica, conseguimos recuperar visualmente informações apagadas sem alterar o objeto original. É uma inovação que conecta diferentes áreas do conhecimento e, no caso das obras de Guignard, revelou traços antes invisíveis. Foi um resultado extraordinário, que mostra a importância de avançarmos nesse campo de estudo”, explica o professor Alexandre Leão, coordenador do iLab e do PrismaLab da UFMG.
A programação do evento também conta com a mesa-redonda “Práticas de conservação em museus: desafios e possibilidades”, com a participação de Larissa Oliveira, do professor Régis Martins (IFMG-OP) e da conservadora Thaís Oliveira e oficinas gratuitas, como “Lembrei de Você”, em parceria com o grupo de bordadeiras da FAOP, e “Observação da Paisagem”, abertas a toda a comunidade.
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Estudante de jornalismo na Universidade Federal de Ouro Preto e estagiária no Jornal Geraes e na Rádio Real FM.

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