Estudante de Ouro Preto viajará para a China com projeto inovador: ‘Essa oportunidade é algo dos sonhos’

Filha de Ouro Preto, a estudante Stéfany Coura Coimbra conquistou uma viagem para a China com o inovador projeto de Coleta de Lixo, denominado TrashTrack. Ela se destaca como a única representante do estado de Minas Gerais na 9ª edição do Seeds for the Future, programa global de intercâmbio cultural e profissional promovido pela Huawei. Stéfany foi uma das 50 estudantes selecionadas de todo o Brasil para participar do programa em setembro de 2023. Ao jornal Galilé, Stéfany realizou uma entrevista, contando os detalhes do projeto, além de falar sobre as sensações e sentimentos envolvidos no processo.

Ela descreveu a surpresa ao ser selecionada e a responsabilidade de ser a única representante de seu estado. O projeto TrashTrack, focado em gestão de resíduos urbanos, surgiu da preocupação com o acúmulo de lixo em São Paulo. Stéfany destacou os impactos nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 3 e 11 da ONU, visando à saúde e sustentabilidade urbana.

Sua escolha pela Engenharia de Computação na UNIFEI foi motivada por sua formação em Automação Industrial no IFMG, essencial para desenvolver o TrashTrack. Durante o Seeds for the Future, a equipe brasileira se destacou, conquistando o segundo lugar nacional, e posteriormente, venceram o prêmio People’s Choice Award na competição global Tech4Good.

Estudante de Ouro Preto viajará para a China com projeto inovador, 'Essa oportunidade é algo dos sonhos'

A viagem para a China, conquistada pelo prêmio, representa uma oportunidade dos sonhos, com participação no evento Startup Sprint e contatos com investidores. O apoio da comunidade e redes sociais foi fundamental na votação. Stéfany enalteceu a união dos brasileiros para representar o país.

CONFIRA A ENTREVISTA COMPLETA

Como foi a experiência de representar Minas Gerais na 9ª edição do Seeds for the Future?

Stéfany: A experiência foi surpreendente! Nunca imaginei chegar tão longe na competição. Meu pai mencionou o programa Seeds for the Future no ano passado, e, sem muitas expectativas, me inscrevi após pesquisar sobre ele. Após esquecer quase completamente, recebi um e-mail informando que avancei da primeira para a segunda fase. Para minha alegria, passei novamente. Fui selecionada como uma das 50 pessoas de todo o Brasil. Ao ver meu nome na lista, comuniquei imediatamente meus pais, pulando de alegria. Perceber que eu era a única representante de Minas Gerais me fez sentir a responsabilidade de representar meu estado no evento.

Pode nos contar mais sobre o projeto TrashTrack? Como surgiu a ideia e qual é o objetivo principal?

Stéfany: O projeto TrashTrack é um sistema inovador para gerenciamento e coleta de resíduos urbanos, alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 3 e 11 da ONU. Ele propõe a instalação de sensores em lixeiras urbanas para medir o volume de lixo, com a subsequente criação de mapas e dados através de uma plataforma web. Essa iniciativa visa fornecer dashboards e rotas interativas de coleta de lixo para prefeituras e empresas privadas, contribuindo para aprimorar a eficiência na coleta e gestão de resíduos.

A ideia originou-se de preocupações discutidas durante as reuniões do time, especialmente a forte problemática do acúmulo de lixo em um bairro de São Paulo, onde reside uma das integrantes da equipe. A percepção de que o problema era comum a todos no grupo, com histórias impactantes, motivou a busca por uma solução. O objetivo final do TrashTrack é melhorar a saúde, bem-estar e sustentabilidade em áreas urbanas, atacando uma preocupação não apenas local ou nacional, mas global.

Quais são os impactos esperados do TrashTrack nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 3 e 11 da ONU?

Stéfany: No ODS 3, que visa assegurar o acesso à saúde de qualidade e promover o bem-estar para todos, a iniciativa pode contribuir reduzindo os riscos à saúde associados ao acúmulo inadequado de resíduos urbanos. A coleta eficiente e a gestão inteligente de resíduos propostas pelo TrashTrack podem, ainda, minimizar a propagação de doenças relacionadas ao lixo.

Quanto ao ODS 11, que busca tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis, o TrashTrack alinha-se diretamente ao promover práticas sustentáveis de gestão de resíduos urbanos. Ao fornecer dados e insights sobre o volume de lixo em diferentes áreas urbanas, a iniciativa facilita o planejamento eficaz e a implementação de soluções personalizadas para tornar as cidades mais limpas, seguras e ambientalmente conscientes.

O que motivou sua escolha pela Engenharia de Computação na Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI)? Como a formação acadêmica contribuiu para o desenvolvimento do projeto?

Stéfany: Estudei Automação Industrial no IFMG, Campus de Ouro Preto, onde, no último ano, participei ativamente em dois projetos: a FIRE, equipe de robótica, e a Firebird, equipe de drones. Participamos da competição de robótica Winter Challenge, em que conheci a equipe de robótica Uai!rrior, e da de drones SAE Brasil em 2018, na Unifei. Foi o que me inspirou a aplicar para Engenharia de Computação na mesma universidade.

Essa formação foi fundamental para o desenvolvimento do projeto TrashTrack, onde a base técnica adquirida permitiu a ideia de implementação de tecnologias, como sensores e protocolos de redes e IoT. Minhas habilidades em programação, inteligência artificial, sistemas embarcados e desenvolvimento web foram essenciais na criação de um sistema inteligente de medição de volume de lixo e na construção de plataformas e dashboards para análise de dados com foco na experiência do usuário.

Como foi a competição nacional durante o programa Seeds for the Future? O que a equipe brasileira destacou durante essa competição?

Stéfany: O programa Seeds for the Future aconteceu por uma semana, no final de outubro do ano passado. Fui um dos 50 estudantes selecionados para o programa de 2023, e senti-me muito honrada com a oportunidade! O evento teve duração de 8 dias, com diversas palestras e seminários abordando temas como Web 3.0, arquitetura 5G, ciência e tecnologia, além de um intercâmbio cultural entre os países latino-americanos participantes. Tivemos, ainda, a chance de conhecer, por meio de um tour virtual, a Huawei China e sua avançada planta de energia utilizando 5G e painéis solares.

A competição nacional durante o programa Seeds for the Future foi uma jornada incrível, repleta de aprendizado e desafios. A equipe brasileira, da qual fiz parte, se destacou de maneira notável ao desenvolver o projeto TrashTrack. Focando nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 3 e 11, o que realmente nos diferenciou foi a aplicação de tecnologias na construção de um sistema inteligente com uso de infraestrutura IoT, IA, cloud e desenvolvimento web para otimizar a gestão de resíduos urbanos, um problema que está em todos os lugares e é de preocupação global! O reconhecimento do nosso esforço foi evidenciado ao conquistarmos o segundo lugar nacional.

Depois desse evento, nós tivemos a chance de submeter nosso projeto na competição global Tech4Good, onde fomos um dos 10 finalistas e, consequentemente, agora fomos um dos ganhadores pelo prêmio People’s Choice Award.

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Conte um pouco sobre a viagem para a China que está em jogo. Como essa oportunidade pode impactar sua trajetória acadêmica e profissional?

Stéfany: Nós fomos um dos ganhadores do prêmio People’s Choice Award por votação popular e, por isso, conseguimos a viagem para a China! Essa oportunidade é algo dos sonhos! Vamos participar do evento Startup Sprint e ter muitos contatos com investidores e mentores também durante o processo para que a gente possa alavancar nossa ideia. Vou conseguir entender mais sobre modelos de negócios e ter a oportunidade de aumentar minha rede de contatos também! Além disso, vai ser incrível poder compartilhar ideias e projetos com pessoas de outros países e dos times que estão indo com a gente!

Como tem sido o apoio da comunidade e das redes sociais na votação para a viagem à China? Como as pessoas podem contribuir para o sucesso do projeto?

Stéfany: As pessoas ajudaram demais a gente a alcançar esse título votando e compartilhando com a rede de contatos. Foi maravilhoso ver o engajamento de amigos, família, nossas universidades, prefeituras, famosos com suas redes de contatos e fã-clubes inteiros, além de também jornais como o Galilé nos divulgando para que conseguíssemos representar o Brasil na China. É realmente maravilhoso perceber o quanto nós, brasileiros, damos suporte uns para os outros e temos orgulho de levar o nome do Brasil à frente. Já deixo o meu muito obrigada por todos que seguraram nossas mãos e votaram nessa intensa disputa!

Como você vê o papel da tecnologia na promoção de soluções sustentáveis, especialmente no contexto urbano?

Stéfany: Eu vejo a tecnologia como um importante motor na implementação e promoção de soluções sustentáveis. Através da implementação de inovações tecnológicas em setores como transporte, construção e gestão de recursos, as cidades podem alcançar maior eficiência operacional, resultando em redução de despesas operacionais e menor consumo de recursos naturais. A automação e otimização de processos, aliadas à gestão inteligente de energia, não apenas economizam recursos financeiros, mas também contribuem para a diminuição das emissões de carbono e minimizam a pegada ambiental. Essa abordagem tecnológica não só atende às necessidades de sustentabilidade, mas também oferece benefícios econômicos significativos, tornando-a uma estratégia essencial para o desenvolvimento urbano sustentável.

Além de participar de programas como o Seeds for the Future, quais são seus planos futuros em relação à pesquisa e inovação na área de Engenharia de Computação?

Além de participar de programas como o Seeds for the Future, meus planos futuros na área de Engenharia de Computação incluem a continuidade das pesquisas focadas em Inteligência Artificial e Segurança da Informação, com o objetivo de realizar mestrado e doutorado nesses campos. Tenho a intenção de colaborar em projetos de pesquisa que explorem aplicações inovadoras de tecnologias emergentes. Acredito que a combinação da minha participação em programas especializados com o envolvimento em comunidades acadêmicas e iniciativas sociais me preparará para contribuir significativamente para a inovação e o avanço contínuo na área de Engenharia de Computação.

Como você avalia a importância da colaboração e do trabalho em equipe no desenvolvimento de projetos inovadores como o TrashTrack?

A diversidade de perspectivas e habilidades dentro da equipe foi crucial para identificar e abordar eficientemente os desafios relacionados ao acúmulo de lixo urbano. A colaboração entre os membros da equipe não apenas potencializou as habilidades individuais, mas também promoveu um ambiente propício para a criação e implementação de ideias inovadoras. Ao integrar diferentes perspectivas e conhecimentos, conseguimos abordar desafios complexos de maneira mais abrangente, gerando soluções mais robustas e eficientes. Além disso, o trabalho em equipe proporcionou um constante aprendizado, permitindo a troca contínua de experiências e conhecimentos entre os membros, enriquecendo o processo de desenvolvimento. Essa interação constante não só acelerou o progresso do projeto, mas também aumentou a motivação e o engajamento de todos, criando um senso de propósito coletivo.

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