Servidores do meio ambiente em Minas entram em greve geral

Servidores do meio ambiente em Minas entram em greve geral

Os servidores do meio ambiente em Minas iniciaram uma greve geral por tempo indeterminado no dia 1º de setembro. A paralisação atinge todo o Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema), responsável pelo licenciamento ambiental, gestão de unidades de conservação, emergências ambientais e regulação de água e esgoto nos 853 municípios do estado.

A decisão foi tomada em Assembleia Geral Extraordinária realizada em 21 de agosto, que contou com a participação de 371 servidores, cerca de um terço da categoria. A greve foi aprovada por 99,62% dos votos válidos. Antes da paralisação, os trabalhadores afirmam que tentaram negociar com o governo, enviando ofícios e participando de reuniões, mas não receberam retorno efetivo.

Segundo o Sindicato dos Servidores do Meio Ambiente de Minas Gerais (Sindsema), a categoria enfrenta uma defasagem salarial de mais de 80% e aguarda, desde 2016, o cumprimento de um acordo judicial que previa a implantação de um novo plano de carreiras. A última recomposição de quadro ocorreu há 12 anos, e desde então quase mil servidores deixaram o sistema. Hoje, pouco mais de 1.200 trabalhadores atuam em todo o estado, número considerado insuficiente pela entidade.

Entre as principais reivindicações, estão a realização de concurso público para mais de 400 vagas, a recomposição salarial das perdas inflacionárias, a incorporação de gratificações ao salário-base e a concessão de adicionais de insalubridade e periculosidade para atividades de campo. A categoria também cobra reajuste das ajudas de custo, instituição de data-base anual e mesa de negociação permanente.

Os servidores destacam que o Sisema arrecada cerca de R$ 1,2 bilhão por ano em taxas e multas ambientais, mas menos de um terço desse valor retorna para investimentos na área. De acordo com o Sindsema, isso compromete a estrutura de fiscalização e aumenta o risco de novos desastres ambientais.

A greve ocorre às vésperas da COP-30, conferência global sobre clima que terá o Brasil como sede. O movimento pretende chamar atenção para o que considera um processo de desmonte das políticas ambientais em Minas Gerais.

O governo de Minas Gerais ainda não apresentou resposta formal às demandas da categoria. O Sindsema informa que a paralisação continua até que haja negociação efetiva.

Leia também:

Pautas da greve dos servidores ambientais

  1. Cumprimento do acordo judicial firmado em 2016, que previa novo plano de carreiras.
  2. Cronograma de recomposição das perdas inflacionárias, acumuladas em 82,09%.
  3. Realização de concurso público para mais de 400 vagas imediatas e cadastro reserva.
  4. Concessão do devido posicionamento na carreira desde o ingresso.
  5. Promoção por escolaridade adicional.
  6. Equiparação da ajuda de custo (PMI) com as carreiras da Arsae.
  7. Pagamento da ajuda de custo durante férias, consultas médicas e hipóteses legais.
  8. Reajuste das ajudas de custo com base na inflação acumulada desde 2023.
  9. Incorporação da GEDAMA ao salário-base
  10. Criação de mesa de negociação permanente específica da categoria.
  11. Instituição de data-base anual para reajuste inflacionário.
  12. Concessão de adicional de insalubridade, periculosidade e penosidade.
  13. Alteração no decreto que regula concessão da GEDAF, garantindo isonomia.
  14. Atualização dos valores da GEDAF, congelados desde 2014.
  15. Correção dos vencimentos básicos, garantindo piso acima do salário-mínimo.
  16. Seguro veicular de ampla cobertura para a frota de viaturas.
  17. Atualização dos valores de diárias de viagem, defasados em 15,21%.
  18. Aprovação do plano de metas para teletrabalho, elaborado pelos servidores.
  19. Pagamento dos valores retroativos reconhecidos e não quitados pela administração.

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