A equipe MIRA, formada por alunas do IFMG – Campus Ouro Preto, venceu a edição 2023 do programa Power4Girls, iniciativa da Embaixada e Consulados dos EUA no Brasil, com um protótipo de pulseira vibratória que visa atender às necessidades de mães com deficiência auditiva. A final foi realizada em Brasília, nos dias 5, 6 e 7 de outubro, e contou com a participação das 20 equipes selecionadas em todo o Brasil.
O projeto inovador, idealizado pelas estudantes do curso técnico em Automação Industrial Ana Clara Alves Belmonte Galvão, Isabella Heloísa Jacinto do Nascimento, Maria Eduarda Neves de Almeida e Rayssa de Oliveira Mendes, sob orientação da professora Cristina Maertens, visa atender às necessidades de mães com deficiência auditiva.
Protótipo destinado a mães com deficiência auditiva
Uma das grandes motivações para a equipe é a história de Helena, uma criança que tem pais surdos. Quando bebê, Helena acidentou-se e quebrou um de seus braços. A mãe, Fernanda, a encontrou pouco tempo depois, chorando incessantemente. Como não pôde responder ao choro da filha a tempo, Fernanda foi levada a um momento de profunda angústia e culpa. Acreditando que a filha não estaria segura ao seu lado, tomou a difícil decisão de entregar a bebê aos cuidados da avó. Esse incidente despertou a determinação da equipe MIRA em criar uma solução que pudesse reescrever o final dessa história.
Assim, as estudantes conceberam o protótipo de uma pulseira que, conectada a uma babá eletrônica, é acionada ao detectar o choro do bebê, alertando a mãe surda. Ao emitir vibrações distintas, esta pulseira proporciona uma forma eficiente de comunicação entre mãe e bebê, além de auxiliar em outras necessidades, como alertas de campainha. Utilizando materiais de baixo custo, o produto ainda contribui para os casos de deficiência auditiva que não podem ser contemplados por aparelhos auditivos.
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Antes e depois do MIRA
Se o desejo era impactar vidas, as alunas não negam que saíram igualmente impactadas com a experiência de participar do programa.
Donas de um pitch poderoso, elas são unânimes ao dizer que a apresentação de apenas três minutos para os jurados, na final do programa, foi tão desafiadora quanto a elaboração do protótipo ao longo dos últimos sete meses. “Em pouco tempo é preciso captar a atenção do público e impactar as pessoas com a apresentação da ideia do protótipo”, conta Maria Eduarda. A estudante revela que sempre gostou de me envolver em projetos escolares, mas que este foi especial. “O Power4Girls me fez avançar, especialmente em relação à timidez. Apresentar nosso projeto para mais de 80 pessoas, sem contar o público que assistiu à transmissão ao vivo pelo Youtube, foi um desafio que vencemos, e isso me fez crescer”, ressalta.
O interesse pela tecnologia e a vontade de transformar o mundo foram os motivadores de Isabella. Contudo, ela pôde perceber outras transformações em si mesma após a participação no Power4Girls: “Isso me ajudou a ser mais comunicativa, a fazer novas amizades e a crescer pessoalmente. Estava bastante apreensiva, mas quando ouvi chamarem nosso nome como ganhadoras, foi muito bom”.
Ana acredita que seu maior desenvolvimento foi técnico. “Aprendi muito durante o projeto, coisas que eu não sabia antes. Estive presente em todas as fases de desenvolvimento do nosso protótipo, das modelagens… Fui aprendendo aos poucos junto com a galera do Ambiente de Inovação do campus e com a professora Cristina. Além disso, melhorei minha capacidade de falar em público e de expor ideias”, afirma.
Já Rayssa destaca que o Power4Girls aumentou sua autoconfiança, especialmente após o retorno positivo que as estudantes vem recebendo. “Percebi que conseguimos alcançar nossos objetivos e fazer a diferença”. Ela destaca, ainda, o apoio recebido pelo IFMG – Campus Ouro Preto, especialmente por parte da docente orientadora e da equipe do Ambiente de Inovação.
As alunas também destacam a colaboração das mentoras indicadas pelo próprio programa: Camily Pereira dos Santos, que atuou nos primeiros meses ao lados das estudantes, e Letícia Maria Dias Fernandes, que seguiu até a reta final.
Para Cristina Maertens, a garra e a dedicação das alunas, a diversidade de aptidões e o respeito entre elas foram fatores decisivos para que a equipe alcançasse o primeiro lugar: “Participar do programa foi uma experiência muito enriquecedora, e ver o excelente trabalho que as alunas desenvolveram me orgulha muito. Gostaria de agradecer a todos do IFMG que contribuíram para o desenvolvimento do projeto. Essa colaboração foi muito importante para nós”.
No momento, a equipe MIRA tem atuado nos trâmites necessários para patentear a ideia com apoio do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) do IFMG. Paralelamente, planejam melhorias no protótipo, para que ele possa ser comercializado em larga escala futuramente.
O Jornal Geraes foi fundado no dia 01 de Julho de 2024, a partir da mudança do nome do Jornal Galilé, fundado em 1990. No dia 20/08/2022 o Jornal Galilé retornou as suas atividades por meio virtual, no entanto, no dia 01 de julho de 2024 resolveu mudar o nome para Jornal Geraes pela sua ampliação além das cidades da Região dos Inconfidentes, abordando toda Minas Gerais.
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