A população de Ouro Preto debate há anos caminhos para solucionar os problemas de habitação do município. Por ser uma cidade histórica, algumas características tornam as questões de urbanismo verdadeiros desafios dentro da administração pública, afinal de contas, uma política de habitação precisa considerar a formação das comunidades nos morros e encostas por falta de lugar no centro urbano. Contudo, o vereador Wanderley Kuruzu (PT) acredita que há um caminho fértil para transformar a discussão na cidade, e ele passa pelas terras públicas da antiga Fundação Estadual para o Bem Estar do Menor (FEBEM), que poderiam ser destinadas a um programa social.
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Na sua entrevista à Rádio Real na última quarta-feira (26), o parlamentar fez um longo discurso explicando toda a extensão das terras da FEBEM e discutindo como essas propriedades podem viabilizar um programa social de habitação e moradia popular que mude a realidade de diversas famílias que hoje moram nas encostas e morros de Ouro Preto. De acordo com ele, são mais de 300 hectares de terras pertencentes ao estado de Minas Gerais, que poderiam ser cedidas para a Prefeitura no intuito de desenvolver um programa.
Na sua fala à Rádio, ele explica que o professor Frederico Sobreira, da UFOP, já estudou a área em questão e constatou que as terras da FEBEM são indicadas para a expansão urbana, ou seja, para o desenvolvimento de atividades urbanas, como construção de moradias, prédios, infraestruturas e espaços públicos. Contudo, ele comenta que nem todas as terras são habitáveis, devido a condição do terreno, porém ainda sim poderão servir à moradia popular.
“Toda essa área não é adequada para moradia, uma vez que parte dela é composta por terras da Serra de Ouro Preto, não sendo apropriada para ocupação residencial. Porém, cerca de 70 hectares, que seriam aproximadamente cento e poucos campos de futebol, foram estudados e possuem uma carta geotécnica de aptidão para urbanização. Essa carta indica que essa parte específica é mais adequada para moradia e construções mais robustas, sendo um local seguro para prédios e construções mais pesadas. Em outros locais, como na serra, construir casas de um pavimento é mais indicado, já que é um terreno menos firme”
destaca Wanderley Kuruzu.
VEJA A ENTREVISTA COMPLETA:
Ele ainda menciona que o principal objetivo dessa expansão urbana através de moradia popular é resolver o problema habitacional na cidade, pois a falta de residências afeta fortemente não só os pobres quanto a classe média, que enfrenta dificuldades em acessar moradias devido ao alto preço do metro quadrado de terra em Ouro Preto.
‘”Já foram realizados estudos aprofundados e essa área é considerada apropriada para expansão urbana, visando resolver a questão da moradia na cidade, que também afeta fortemente a chamada classe média baixa, uma vez que o preço do metro quadrado de terra é muito alto em Ouro Preto. Essa situação dificulta o acesso à moradia para muitas pessoas, incluindo a classe média baixa”
comentou o parlamentar.
Kuruzu, juntamente com mais de 50 pessoas, fundou a Ocupação Chico Rei, que instala casas para pessoas em situação de vulnerabilidade entre 2015 e 2020, inclusive nas terras da Febem. Desde então, ele lidera as discussões em relação a essas terras. O movimento reivindica o uso do terreno da antiga FEBEM para habitação de interesse social, alegando que essas terras foram abandonadas pelo poder público e que parte delas pode ter sido “grilada” por proprietários particulares sem que as autoridades tenham tomado providências.
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Jornalista formado pela Universidade Federal de Ouro Preto, com passagens por Esporte News Mundo, Blog 4-3-3 e Agência Primaz.
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