O alto valor do aluguel em Mariana é um tema em constante discussão na sociedade local. Pensando em criar políticas públicas efetivas para combater esse problema, a Associação Nossa Casa será fundada neste sábado (29). A partir das 14h, no Centro de Convenções, membros da sociedade civil marianense, políticos e demais interessados irão discutir a questão da moradia na cidade.
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O Galilé entrevistou Erenildo Euzébio e Cristiano Villas Boas, duas das mentes por trás da Associação Nossa Casa, que explicaram a importância da iniciativa para enfrentar o desafio da crise habitacional em Mariana. A associação surge como uma organização que busca apoiar os cidadãos que enfrentam dificuldades para pagar os altos custos de aluguel na cidade.
A iniciativa é liderada por um grupo de voluntários que se reuniu através de grupos de Whatsapp. Eles buscam criar uma organização para dar apoio aos cidadãos que têm dificuldade em arcar com os altos custos de aluguel na cidade, além de organizar a discussão sobre o tema.
O ex-vereador Cristiano Villas Boas participa deste movimento. Para ele, não existe em Mariana um projeto real de habitação.
“A gente vai reivindicar através da Associação todos os assuntos que são ligados à moradia. A questão do aluguel,e também vamos lutar para que Mariana possa ter um programa habitacional que realmente funcione. Uma vez que há vários anos não é feito um programa habitacional em nosso município, principalmente para a população mais carente. E agora com a volta do governo Lula, abriu-se essa esperança com o relançamento do Minha Casa, Minha Vida”, revelou ao Cristiano ao Galilé.
A Associação Nossa Casa então nascerá já propondo soluções para o poder público de Mariana. Villas Boas aproveitou para trazer para a nossa reportagem o “Minha Casa, Minha Vida Entidades”, que é um programa que confere à entidades como associações, o estabelecimento de parcerias para construção de moradias.
“A gente tem aqui algumas experiências em algumas cidades próximas, inclusive aqui na nossa região, e que a gente vai estar agora também buscando conhecer melhor essas experiências para tentar trazer para Mariana o minha casa minha vida e outros programas”, finalizou Cristiano ao Galilé.
O NASCIMENTO DA “NOSSA CASA”: PROPOSIÇÕES PARA LIDAR COM O VALOR DO ALUGUEL E HABITAÇÃO EM MARIANA
A ideia da associação é promover ações concretas para melhorar as condições de moradia em Mariana, como a elaboração de projetos habitacionais populares, a busca de recursos para financiar a construção de casas e a mobilização de entidades e órgãos governamentais para atuarem em conjunto nesse tema. Neste sábado o estatudo da “Nossa Casa” será apresentado e a sua diretoria será formada.
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Erenildo Euzébio é um dos nomes à frente desta Assembeia e pleiteia o cargo de presidente da Associação. Ao Galilé ele revelou que discute sobre o tema há mais de dois anos e a Fundação Renova e suas obras acentuaram a gravidade. Contudo, ele afirma que a questão não se limita à crise atual, sendo um problema estrutual da cidade de Mariana.
“Nosso diagnóstico é que a gente vive uma crise, um momento agudo de uma situação que já é já estrutural. A habitação em Mariana, ela é problemática desde muito tempo(…)Precisamos resolver o problema estrutural da Habitação e consequentemente dos aluguéis. Sendo que aluguel é um sintoma do problema. Ele não é a causa do problema. Mas ele é um problema que deriva de outro problema, que é a falta de planejamento Urbano. Embora houve no passado algumas ações, de algumas administrações, há mais de 30 anos, mas foram ações insuficientes para resolver os problemas até mesmo da época. Não foi uma ação que visou planejar a cidade para esse momento que nós estamos hoje”, adirmou Erenildo em entrevista ao Galilé.
Outra questão muito latente na cidade é a população flutuante. Rencentemente, o secretário de Planejamento de Mariana, afirmou que a cidade pode ter quase 90 mil pessoas, enquanto o censo estima 61 mil. Quanto a isso, Erenildo também atribui às mineradoras.
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“A gente entende ser um problema 100% das mineradoras. Ela faz parte das nossas cobranças , de que as mineradoras atuem na solução desse problema. A gente tem duas propostas em relação a isso, e estamos abertos também para as soluções apresentadas pela própria mineradora,gente tá aberto ao diálogo. Nós estamos criticando um problema , mas também nos reunímos para pensar em soluções. Precisamos avançar no aluguel social, que hoje é um valor muito baixo, juntamente com as demais propostas. Infelizmente é um problema de extrema complexidade, que pede ações em várias frentes”, finalizou Erenildo.
Com o intuito de fortalecer a iniciativa, a deputada federal Dandara (PT-MG) apoia a Associação e já fez parte de algumas reuniões do grupo.
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Jornalista formado pela Universidade Federal de Ouro Preto, com passagens por Esporte News Mundo, Blog 4-3-3 e Agência Primaz.
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