A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) deflagrou, entre os dias 30 de maio e 7 de junho, a operação Longitude. A saber, cumprindo quatro mandados de busca e apreensão em Lavras e Varginha, Sul do estado, e em Belo Horizonte. Os alvos das cautelares foram sedes administrativas de um grupo empresarial proprietário de diversas concessionárias de veículos novos na capital mineira, além de dois investigados que trabalharam no setor de vendas da mesma empresa e em uma loja de compra/venda de veículos usados.
A PCMG em Lavras investiga um esquema de fraudes na venda de veículos 0 km que já fez mais de 50 vítimas. Conforme explica o delegado Leandro de Prada Macedo Costa, responsável pelas investigações, os primeiros contratos fraudulentos apurados datam do final de 2021.
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Investigações da Polícia Civil
Conforme as investigações, o cliente poderia adquirir um veículo zero, desde que cedesse seu automóvel como entrada. Desse modo, a aceitação do veículo, possuía um valor igual ou próximo à tabela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
Assim, o cliente pagaria apenas pela diferença do preço do bem que, em tese, teria a compra efetuada. Em seguida, os responsáveis promoviam um contrato de compra e venda, denominado contrato premium. A saber, realizado entre a empresa do investigado e o cliente comprador para aquisição do veículo 0 km.
Posteriormente ao recebimento do carro usado pela empresa suspeita, o cliente recebia um comunicado. Nele, contudo, havia o aviso de que, diante do faturamento do veículo o pagamento do valor que restou após a entrega do usado, aconteceria na conta bancária em nome da empresa do suspeito ou da própria conta pessoal do investigado. Sob o argumento de repasse imediato do montante à concessionária.
Por fim, a vítima recebia orientações de aguardar o prazo contratual de recebimento do bem. Entretanto, apesar da informação de que o veículo chegaria a Lavras e lhe seria entregue pelos prepostos da empresa, a entrega não acontecia:
“Após essa primeira fase, o proprietário e seus prepostos se apoderavam do dinheiro em espécie repassado pelo cliente e, nos casos em que o negócio celebrado envolvia o recebimento do veículo usado, realizavam a venda do respectivo automóvel a lojas especializadas na compra/venda de veículos nesta região. No instante em que um particular resolvia adquirir o bem, o cliente realizava a transferência formal no automóvel, via sistema do DETRAN, e permanecia no aguardo da chegada do veículo 0 km adquirido”, esclarece o delegado Leandro de Prada.
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Longitude do esquema em Lavras
Contudo, conforme investigações, as montadoras e concessionárias nunca receberam os repasses de valores acertados pelo cliente ou usados no negócio. Nesse meio tempo os suspeitos se apoderavam ilicitamente da quantia paga pelo cliente.
Nesta nova fase da operação, a PCMG apreendeu cinco veículos de alto padrão, vários arquivos digitais, dois celulares, um notebook e uma pasta contendo diversos documentos.
Ao todo, em conclusão à primeira fase da ação policial, cumpriram-se três mandados de prisão preventiva, 27 mandados de busca e apreensão e o afastamento do sigilo fiscal de sete investigados.
Dez inquéritos foram finalizados pela Polícia Civil, relatados e encaminhados à Justiça no último mês, com a representação cautelar visando à decretação da prisão preventiva dos investigados. Há ainda mais de 20 inquéritos que seguem em fase final de investigação contra a organização criminosa.
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Jornalista formada pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Atua na Real FM pela editoria de esportes e é apresentadora do Papo de Bola (Escola da Bola) e da Live Jay Sports.
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