Na última segunda-feira (15), o prefeito Orlando Caldeira esteve em Ouro Preto para apresentar o projeto de irmanação com Trancoso em Portugal. Caldeira compartilhou os detalhes de sua recente viagem a Portugal, ressaltando que o processo envolve também Ouro Preto, que em breve receberá uma visita de representantes portugueses, marcando o início de uma colaboração cultural que transcende fronteiras.
Com entusiasmo, Angelo Oswaldo expressou o interesse de Ouro Preto em participar de todas as etapas desse processo, destacando a importância histórica da iniciativa. A proposta visa projetar Itabirito em Portugal e na Europa, promovendo um intercâmbio cultural e educacional entre as cidades.
O prefeito Orlando Caldeira explicou que a ideia do projeto surgiu a partir de um contrato de cooperação entre Itabirito e Trancoso, assinado em 2013. A intenção é fortalecer os laços entre as cidades, aproveitando o centenário de emancipação política de Itabirito. A proposta inclui tratados de cooperação, intercâmbio cultural e educacional, visando benefícios para ambas as comunidades.
O próximo passo será acolher uma delegação representativa de Trancoso em Portugal, como parte desse processo de irmandade entre Itabirito e a cidade europeia. Ouro Preto se compromete a participar ativamente e colaborar para o sucesso desse projeto visionário.
TRANCOSO E ITABIRITO, CIDADES INTERLIGADAS POR UM PERSONAGEM
As cidades de Trancoso, em Portugal, e Itabirito, em Minas Gerais, encontram-se entrelaçadas por uma narrativa fascinante, protagonizada por Luiz Monterroyo e sua filha Úrsula. Essa história remonta a uma época em que Itabirito estava integrada ao município de Ouro Preto e ao estado de Minas Gerais.
Luiz Monterroyo emerge como uma figura emblemática, destacando-se como um dos fundadores e pioneiros colonizadores do interior mineiro. Seu papel foi crucial na construção dos alicerces de uma comunidade que se tornaria fundamental para a história da região.
Confira a linha do tempo que remonta a sua história:
1706 – Luiz de Figueiredo Monterroyo, senhor de terras e capitão-mor da armada real, solicitou dispensa do serviço marítimo e, acompanhado por vários tripulantes, aventurou-se a explorar as nascentes de Minas Gerais em busca de fortuna. Francisco Homem Del Rey, piloto da nau capitânia Nossa Senhora da Boa Viagem, estava entre os que o acompanharam.
1724 – O arraial de Monterroyo e Homem Del Rey foi elevado à categoria de Distrito, já com o nome de Itabira do Campo.
1740 – Início da construção da atual Matriz, que se tornou uma verdadeira mina de ouro, enriquecendo Monterroyo e seus companheiros.
Luís de Figueiredo Monterroio, natural de Santa Marta de Penaguião, nascido em 1666 e morador em Ferreirim, adquiriu uma casa e fazendas em Torre de Terrenho, anteriormente pertencentes a cristãos-novos condenados pelo Santo Ofício, por uma quantia de 17 ou 18 mil cruzados.
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1726 – Início da construção da capela dedicada à Nossa Senhora da Penha de França, dotada de 10 a 15 mil réis anuais.
1727, 27 de fevereiro – Licença do Cabido de Viseu para a construção da capela.
1730 – O abade informou que a capela era sumptuosa, faltando apenas executar a sacristia e a torre sineira, com gastos já próximos de 6 mil cruzados.
1731 – Licença do Bispo de Viseu para celebrar missa, concedendo ao fundador o estatuto de padroeiro e o direito de ser sepultado ali, juntamente com seus herdeiros, com missa cantada e sermão.
1732 – Continuação das obras na sacristia e no solar, com a data da caixa de esmolas.
1736 – O instituidor doa várias propriedades, incluindo lameiros de centeio (40 alqueires), para o enriquecimento da fábrica da capela.
1742 – D. João V legitimou a filha do proprietário do solar, Úrsula Matildes Angélica, fruto de uma relação que manteve, em Vila Rica, com uma escrava negra.
1758 – Referência da imagem de São José no retábulo da capela-mor.
1789 – Morte de Úrsula Matildes Angélica de Figueiredo Monterroyo, sem descendência, passando o solar para primos.
1857 – Propriedade de Maria Bernarda de Ataíde Pimentel Castelo Branco Monterroyo; após seu falecimento, a casa permaneceu desabitada e entrou em ruína. Seu herdeiro, António de Sousa Rebelo, legou o usufruto a seu irmão Albino de Sousa Rebelo e a posse a suas sobrinhas D. Maria Amélia Queirós de Sousa e D. Maria Filomena Queirós de Sousa.
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Jornalista formado pela Universidade Federal de Ouro Preto, com passagens por Esporte News Mundo, Blog 4-3-3 e Agência Primaz.
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