Queda do helicóptero em Ouro Preto: jornada extra é apontada como causa, comandante nega

Queda do helicóptero em Ouro Preto: jornada extra é apontada como causa, comandante nega

Nesta terça-feira, foi realizada uma Audiência Pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para debater a queda de helicóptero que vitimou seis pessoas, incluindo quatro bombeiros em Ouro Preto no mês de Outubro. A audiência, conduzida pelo Sargento Rodrigues (PL) tinha como ponto de partida a discussão sobre a sobrecarga de trabalho dos bombeiros militares lotados no Batalhão de Operações Aéreas – BOA.

Segundo informações apresentadas na Comissão de Segurança Pública, o piloto da aeronave, Tenente Wilker acumulava as funções de piloto e de chefia no setor de manutenção. Segundo o deputado Rodrigues, essa pode ter sido uma das causas do acidente.

“Espero que as mortes ocorridas nessa dura tragédia sirvam de lição para que autoridades possam corrigir falhas, porque elas existem. Antes do acidente, o capitão inclusive havia atuado no combate a incêndios”, disse Sargento Rodrigues.

Nesse sentido, a tenente-coronel Karla Lessa Alvarenga Lea, responsável pelo batalhão, negou que tenha havido jornada excessiva de trabalho, apesar de confirmar de que havia a acumulação de funções administrativas para além das ocorrências.

Sobre o dia do acidente, Karla detalhou que Wilker  tinha trabalhado no combate aos incêndios florestais que assolaram a Região dos Inconfidentes nos dias 8 e 9 de outubro. Ela detalhou que ele voou cerca de cinco horas em cada um dos dias, folgando no dia 10 e voltando à escala somente no dia 11, data do acidente.

Queda do helicóptero em Ouro Preto: jornada extra é apontada como causa, comandante nega
A Audiência Pública sobre a queda do helicóptero de Ouro Preto. Foto: Guilherme Bergamini

“Era um militar qualificado, com mais de 700 horas de voo, e tinha todos os requisitos para comandar uma aeronave e, sobretudo, para falar não em nome da segurança, se preciso”, defendeu a comandante.

Relembre o acidente do helicóptero em Ouro Preto

No dia 11 de outubro, a cidade de Ouro Preto, Minas Gerais e o Brasil acordaram impressionado com as informações que chegavam de todos os lados. Após um avião monomotor cair no dia anterior, o noticiário trazia a confirmação de novo acidente nas alturas, desta vez, na Serra de Ouro Preto.

O acidente vitimou os seguintes bombeiros: Capitão Wilker, Tenente Victor, Sargento Wellerson e Sargento Gabriel. Também estavam a bordo o médico Dr. Marcos Rodrigo Trindade e o enfermeiro Bruno Sudário, do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).

Por conta do ocorrido em Ouro Preto, e o batalhão foi autorizado a fazer mudanças para restringir a jornada de pilotos, além de ter sido adiado o planejamento de expansão das bases de Operações Aéreas do batalhão no Estado.

A comandante do BOA, tenente-coronel Karla Lessa, anunciou mudanças na jornada dos pilotos, que passa a ser de 40 horas semanais na escala 12×36, em vez das 48 horas previstas pela Lei Federal do Aeronauta. Também foi ajustado o horário de operação das aeronaves, que agora será das 7h às 18h, baseado em um estudo estatístico de demanda junto à rede hospitalar.

O batalhão conta com 94 militares em três bases (Montes Claros, Uberaba e Varginha), incluindo três comandantes e três copilotos. Sobre o efetivo, informou que o edital para a seleção de 15 novos pilotos, planejado para este ano, foi adiado para 2025 devido ao recente acidente, que poderia afetar a adesão interna. As novas bases em Juiz de Fora e Governador Valadares também foram postergadas.

Informações: Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

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