O Ministério da Cultura promove, no dia 27 de novembro, o lançamento do livro “Primeiros Acordes do Clube da Esquina”, de Cristiano Quintino, no Bar Museu Clube da Esquina, em Santa Tereza, Belo Horizonte. A obra revisita o festival realizado em 1969, considerado o ponto de partida do movimento musical que revelou artistas como Lô Borges, Beto Guedes, Túlio Mourão, Toninho Horta, Tavinho Moura e Márcio Borges. O evento será realizado das 19h às 23h e prestará homenagem a Lô Borges. A iniciativa tem patrocínio da Lei Rouanet e da Cedro Engenharia, com realização do Ministério da Cultura.
No livro, o jornalista e fotógrafo, Cristiano Quintino, resgata a história do 1º Festival Estudantil da Canção Popular de Minas Gerais, evento que, segundo ele, foi essencial para a formação do Clube da Esquina.
Em entrevista exclusiva ao jornalista Victor Stutz, cedida à Rádio Real F.M, o autor explica que o Milton Nascimento estava na plateia durante o festival, assistindo às apresentações e conhecendo jovens músicos que, pouco tempo depois, se reuniriam para gravar o disco “Clube da Esquina” em 1972. “O Milton estava lá, vendo tudo, ouvindo as músicas, e juntou essa rapaziada toda. A partir dali, a vida deles mudou totalmente”, recorda Quintino.
A pesquisa começou ainda em 2008, quando o autor entrevistou artistas e organizadores do festival, e coletou matérias de jornais da época na hemeroteca de Belo Horizonte. “Reuni todo o material publicado, as músicas participantes, os arranjos e as fotos. Fui atrás de cada um para reconstituir essa memória”, conta. Entre os jurados daquele festival estavam nomes como Angelo Oswaldo (atual prefeito de Ouro Preto), Afonso Romano de Sant’Anna, Paulo Neme e Fernando Brant, além de figuras da cena musical nacional como Tibério Gaspar, Marcos Valle, Egberto Gismonti, Nelson Motta e Milton Miranda.
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O livro também destaca a canção “Água Clara”, vencedora do festival, composta por Eduardo Lages, atual maestro de Roberto Carlos, e a música “Como Vai Minha Aldeia”, de Tavinho Moura e Márcio Borges, que ficou em segundo lugar e se tornou uma das mais lembradas pelo público.
Cristiano Quintino relembra ainda seu envolvimento profissional com os artistas do Clube da Esquina nos anos seguintes, quando atuou como fotógrafo em capas de discos de Tavinho Moura, Lô Borges, Gonzaguinha e Beto Guedes. “O livro é uma memória. Se não fosse aquele festival, talvez o movimento Clube da Esquina não existisse. Foi o primeiro acorde de tudo isso”, afirma.
A obra, intitulada “Primeiros Acordes do Clube da Esquina – 1969: 1º Festival Estudantil da Canção Popular – Minas Gerais”, nasceu a partir do trabalho de conclusão de curso do autor na Faculdade Estácio de Sá e reúne registros, depoimentos e documentos que ajudam a reconstruir a gênese de um dos mais importantes movimentos musicais do país.
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Bacharel em jornalismo pela Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), com passagens por Jornal O Espeto, Território Notícias e Portal Mais Minas.

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