UFOP registrou 77 denúncias de assédio desde 2019; ALMG discute medidas

UFOP registrou 77 denúncias de assédio desde 2019; ALMG discute medidas

A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizou uma audiência pública com representantes de diversas universidades do estado para debater medidas de combate ao assédio nas instituições, a UFOP participou. A reunião foi promovida pela Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher na última terça-feira (2).

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A Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) criou uma ouvidoria feminina em 2019, desde a criação foram registradas 77 denúncias nos últimos dois anos dois professores foram suspensos e três alunos que poderiam sofrer punição administrativa saíram antes da instituição. Em entrevista a TV Assembleia, a pró-reitora de Assuntos Comunitários e Estudantis, Natalia Lisboa, comenta sobre como funciona o processo administrativo:

“Essa normativa ela faz o diferenciação se quem é o agressor é servidor, né? Vai ser o tratamento pelo estatuto do servidores Federais e se for aluno ele vai ser submetido ao código de Convivência de sente da Universidade, né para ir para aplicações de penas eventuais, né? Se for provado a agressão a violência contra mulher, mas também sem perder o caráter pedagógico. Promovendo cursos, né demonstrando a a importância desse tema ser debatido e fazendo também atividades de prevenção”, disse Natália.

Durante a audiência, foi destacada a falta de espaços nas universidades para acolher as vítimas e também para denunciar os agressores. Esse é um ponto importante a ser abordado, já que muitas vezes as vítimas não se sentem seguras o suficiente para denunciar o assédio e acabam sofrendo caladas. Além disso, a falta de uma estrutura de apoio adequada pode dificultar a recuperação dessas pessoas.

A audiência também contou com a presença de especialistas no assunto, que puderam contribuir com informações relevantes para a elaboração de políticas públicas efetivas para o combate ao assédio nas universidades. Para a representante da Associação Nacional de pós-graduandos Selma Bazan, qualquer tentativa de silenciamento agrava a situação das vítimas.

“É preciso viabilizar formas seguras para que as mulheres se sintam seguras. Devemos levar essa denúncia adiante, pois muitas vezes a impressão que fica para as mulheres é que não há punição para os agressores. Se não há punição, por que elas deveriam se desgastar durante todo o processo?”

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A deputada Bela Gonçalves (PT-MG) afirmou que irá propor um Projeto de Lei para combater o assédio. A proposta terá como objetivo garantir medidas efetivas de prevenção e combate ao assédio, em especial nas universidades e ambientes acadêmicos.

ALUNAS DA MEDICINA PROTESTARAM RECENTEMENTE CONTRA UM PROFESSOR DA UFOP POR ASSÉDIO

ALUNAS DA MEDICINA PROTESTARAM RECENTEMENTE CONTRA UM PROFESSOR DA UFOP POR ASSÉDIO

O Dia Internacional das Mulheres marcou um importante ato das alunas de Medicina da UFOP. Nesta quarta-feira (08), o Centro Acadêmico de Medicina da UFOP (CALMED-MG) realizou uma manifestação no Campus Morro do Cruzeiro, sede da maioria dos cursos da instituição, com o intuito de estimular denúncias e levar informações às vítimas, além de conscientizar a sociedade sobre o assédio moral e sexual.

Uma cena muito forte no início do protesto chamou a atenção: dezenas de bexigas com “ASSEDIADOR” escrito foram espalhadas pelo chão da cantina do ICEB. Quando os batuques começaram, as mulheres começaram a estourar os balões, com muita raiva.

Os cartazes levados também continham mensagens fortes. Muitas alunas tinham o rosto pintado de vermelho, com o desenho de uma mão. Durante todo o ato, a emoção tomou conta. Todos os cânticos foram entoados com raiva e indignação. Quando já estavam no restaurante universitário, uma das alunas pediu a palavra e leu o seguinte texto:

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“Conversando com outras, descubro que não sou a única sofrendo. Descubro que não sou a primeira, nem serei a última. Lutamos para ter o direito de estudar em uma universidade do estado. Mas esse direito é ameaçado com violência e ataques. E não vemos outra saída, senão a subida, aos amigos, professores e responsáveis.Universidade Federal de Outro Planeta? Só se de outro planeta for, para passar pano pra picareta. Muitas já passaram por aqui, injustiçadas, violentadas, muitas não foram capazes de permanecer, e é por essas que lutaremos até vencer. Não queremos conversa fiada, tentativas de silenciamento ou uma falsa punição, nós queremos exoneração”

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