Diretamente de Belo Horizonte, Ben Hur, veterano do curso de ciência da computação da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), está na reta final de produção do seu terceiro filme, intitulado “Andança”. Ao misturar referências mineiramente brasileiras, ele bebe da poesia de Clube da Esquina, com inspiração do filme Macunaíma e a paixão pelo futebol.
Na história, Matheus, um jovem periférico da região oeste de Belo Horizonte tem o apoio de sua família e amigos para realizar o sonho de vários jovens do Brasil:ser um jogador de futebol.
Para se inspirar no desenvolvimento do documentário, Ben assistiu filmes como “Garrincha, a alegria do povo” e “Tostão” para dar mais naturalidade às cenas.
As filmagens assim como “PANDEMINAS” e “Arrabalde Corsário” aconteceram no bairro de Ben no Morro das pedras e para Ben, é o seu maior trabalho em termos de escala desde “PANDEMINAS” já que muitos habitantes e moradores colaboraram e estão colaborando no design de produção e na figuração.
Ainda sem data de lançamento prevista, “Andança” tem como objetivo concluír uma fase cinematográfica de Ben intitulada “Trilogia Arrabalde”, que se iniciou com “PANDEMINAS” e vai finalizar com “Andança” e Ben vai focar em projetos com escalas ainda maiores em termos documentais nos próximos meses.
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Clube da Esquina
O Clube da Esquina foi um movimento musical surgido em Minas Gerais nos anos 1960 e 70, liderado por Milton Nascimento e Lô Borges, que revolucionou a música brasileira ao misturar MPB, rock, jazz, bossa nova e música latino-americana com forte lirismo e influências do cotidiano mineiro. O nome faz referência à esquina das ruas Divinópolis e Paraisópolis, no bairro Santa Tereza, em Belo Horizonte, onde os músicos se reuniam para tocar e compor. O marco do movimento foi o álbum Clube da Esquina (1972), uma obra inovadora e coletiva que expressava sentimentos de liberdade, resistência e amizade em meio à ditadura militar.
Macunaíma
O filme Macunaíma, dirigido por Joaquim Pedro de Andrade e lançado em 1969, é uma adaptação livre do romance homônimo de Mário de Andrade, e se tornou um marco do cinema novo brasileiro. Com uma linguagem visual ousada e cheia de simbolismos, o longa acompanha a jornada do protagonista Macunaíma — nascido negro na selva e que, após um banho mágico, se transforma em um homem branco — em uma viagem surreal do interior do Brasil até o centro urbano do Rio de Janeiro.
É considerado um dos maiores registros do período modernista do Brasil.
Ben Hur Nogueira, cineasta de Ouro Preto
Ben Hur Nogueira, de 22 anos, natural de Belo Horizonte, é um veterano do curso de Computação da UFOP, além de escritor, colunista e crítico de cinema. Desde 2022, já publicou mais de 30 artigos na Mídia Ninja, consolidando sua voz no debate cinematográfico. Ele também é um dos idealizadores do Prêmio Marku Ribas e co-criador da Mostra de Cinema Preto Periférico de Ouro Preto.
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Jornalista formado pela Universidade Federal de Ouro Preto, com passagens por Esporte News Mundo, Blog 4-3-3 e Agência Primaz.