Neste fim de semana, o centro de Mariana recebeu a 4ª Edição do Encontros no Jardim, organizado pelo Circovolante. Esta edição contou com o tradicional show dos palhaços, além de música ao vivo e uma exposição fotográfica de Nathy Torres com registros das edições anteriores do evento. As atrações foram escolhidas priorizando artistas da região e permitindo uma variedade de apresentações e valorizando a rede de artistas que trabalham com o circo nestes anos de história.
Para Xisto Siman, do Circovolante, o Encontros no Jardim mostra a força da arte e da palhaçaria na cidade de Mariana, ainda mais em um ano sem o tradicional Encontro Internacional de Palhaços. “A palhaçaria tem uma potência em Mariana a partir de uma construção do Circovolante em 25 anos de história e em doze edições de Encontro de Palhaço. Ele serviu para demonstrar que a cidade tem uma vontade de ocupação desse espaço público com eventos para pessoas de todas as idades”, destaca o intérprete do palhaço Xinxim. Ela ainda reforça o sentimento de dever cumprido ao reunir os artistas e a população da cidade em um espaço que permite um contato mais íntimo.
João Pinheiro, também o Circovolante, reforça a relação com a cidade:
“Quando a gente tem algum evento que envolve Mariana a gente olha de uma outra maneira, porque tem uma história construída aqui de mais de 20 anos. Desde 2000 que o Circovolante existe aqui em Mariana e isso nos permite dialogar com a sociedade como um todo. Assim, a gente consegue divulgar dos idosos às crianças, a gente chega em todo mundo. O nosso processo sempre é tentar acessar o nosso público, porque de alguma maneira já temos fidelidade nessa relação. O desafio é oferecer um espetáculo que esteja à altura desse público que tá cada vez mais exigente.”
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Um grande diferencial destes eventos em relação ao tradicional encontro é que não existe palco, o público, e principalmente as crianças, podem ficar próximos e interagir muito mais com os artistas. “É mais forte, é mais gostoso, é mais aconchegante”, revela Xisto sobre esta dinâmica de palco. “Isso é muito gostoso. Porque o palhaço tem muito dessa coisa de você tá aqui jogando com a plateia. E a partir do que a plateia te retorna, você joga ou não com essa plateia, né? E você ali lidando tão de pertinho fisicamente dessas pessoas as reações são muito maiores, do que quando você tá num lugar mais distante”, completa.
O intérprete do palhaço Juaneto também destaca este formato como um diferencial do encontros. “É um picadeiro onde nós podemos exercitar dinâmicas diferentes. Eu fiz dois números aqui que eu não fazia há uns 10 anos. Porque foram quatro eventos e a gente quer entregar algo diferente sempre”.
Xisto destaca a importância não apenas do público ir ao evento, mas também das pessoas saberem que ele irá acontecer. Para o palhaço esta é uma forma de espalhar o circo e fazer a população conhecer este trabalho. Durante os preparativos das quatro edições, os membros do Circovolante passaram por escolas da cidade:
“Acho essa é uma forma de você levar arte para a escola, a gente fez intervenções em muitas escolas, a gente fez intervenção Monsenhor Horta que foi tipo para 3.000 crianças. (…) A gente não gosta de fazer nada meia boca, fazer mais ou menos. Por mais que a gente tenha um investimento já garantido a gente quer que tenha um sucesso no nosso evento, não só pelo apoiador que tá investindo dinheiro, mas por causa do nosso tempo também como artista. Isso é importante. Eu não quero fazer nada que seja mais ou menos, entendeu? Então eu acho que a divulgação é super importante para ter público para as pessoas ficarem sabendo do evento.”
Confira os melhores momentos desta edição:
“É uma loucura, né? Porque a gente tem que em 10 minutos mostrar as técnicas circenses e convencer a criança a querer vir para a praça. Claro que há uma relação já construída e ela é recíproca. Mas foi muito satisfatório, porque a divulgação na escola tem a ver com a nossa trajetória. É sempre muito gostoso fazer isso na escola”, disse João.
O circo comemora 25 anos de história no próximo ano e para Xisto é muito tempo de estrada para deixar passar em branco. “A gente já começou as comemorações, eu acho que 25 anos de estrada é um período muito longo para comemorar só em 365 dias”. Começando com o encontro, as comemorações passaram por escolas da cidade e apresentações pelo estado.
Em retrospecto sobre estes quatro eventos, João deixa uma mensagem:
“As pessoas querem sempre estar juntas, eu acho que isso é a coisa mais importante, é a nossa preocupação, a minha preocupação como artista, como ser humano é tentar tornar possível que as pessoas se encontrem cada vez mais para celebrar o fato de estar vivas.”
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Graduando em Jornalismo pela Universidade Federal de Ouro Preto. Atua como estagiário no Jornal Geraes e na Rádio Real FM.
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