Um relato anônimo enviado à reportagem denuncia situações de desorganização, descumprimento de regras e falta de fiscalização nas moradias estudantis da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Segundo o autor, que pediu para não ser identificado por medo de retaliações, há “pessoas residindo nas moradias desde 2016 e 2017, mesmo sem cursarem disciplinas suficientes ou sequer manterem vínculo acadêmico efetivo”, o que impede o acesso de novos estudantes em situação de vulnerabilidade que aguardam vaga.
O denunciante afirma que há “um tipo de blindagem a alguns moradores”, que teriam privilégios e não sofreriam penalidades mesmo após repetidas infrações das normas de convivência. “Enquanto alguns lutam para se manter com dignidade, outros transformam a moradia estudantil em espaço de excessos e desrespeito, sem qualquer consequência”, relata.
Entre as situações mencionadas estão consumo diário de bebidas alcoólicas, barulho intenso durante a madrugada, gritos e batidas de panela e portas, o que, segundo o relato, tem afetado o descanso e o desempenho acadêmico de quem tenta manter uma rotina regular. O estudante afirma que já houve tentativas de diálogo e comunicação com a universidade, mas que as respostas recebidas indicam “falta de pessoal suficiente para fiscalizar” e ausência de medidas efetivas.
O denunciante também relaciona o problema à crise de saúde mental entre universitários em Ouro Preto, mencionando o aumento de casos de adoecimento psicológico, evasão e suicídios. “É preocupante perceber o aumento de casos de evasão, adoecimento mental e até suicídios, muitas vezes ligados à falta de assistência e acompanhamento adequados”, aponta.
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Outro ponto destacado é a ocupação indevida de vagas por pessoas que não atenderiam aos critérios socioeconômicos da moradia, incluindo moradores da própria cidade ou de municípios vizinhos. O relato defende que a universidade realize revisões periódicas e rigorosas sobre o perfil dos residentes, garantindo que o benefício chegue a quem realmente depende dele para se manter estudando.
Imagens anexadas ao relato mostram uma grande quantidade de latas de bebida alcoólica em diferentes locais da residência estudantil. “Isso é de apenas uma pessoa, que consome todos os dias, sem exceção, de segunda a segunda. O dinheiro do auxílio vai para isso. E não é caso isolado”, afirma o estudante, que diz se sentir intimidado por colegas e teme represálias.
O autor da denúncia conclui pedindo maior transparência, fiscalização efetiva e suporte psicológico e social aos estudantes. “Está na hora de isso ser publicado e de isso tomar voz novamente. Acredito que a publicação tem que ser pautada na negligência da fiscalização e na necessidade de critérios mais rigorosos de permanência nas moradias”, diz.
O Jornal Geraes entrou em contato com a Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) para solicitar posicionamento sobre as denúncias e aguarda resposta. A matéria será atualizada assim que houver retorno oficial da instituição.
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Graduanda em Jornalismo pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), com passagens por Jornal O Espeto, Território Notícias e O Mundo dos Inconfidentes.

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