Nos últimos dias, começaram a circular nas redes sociais um rumor de que a Unimed Inconfidentes, que atende toda a região de Ouro Preto, Mariana e Itabirito, estaria passando por um processo de crise financeira grave. Para buscar informações diretamente da fonte e entender a veracidade das informações e o real estágio do problema, o jornal Galilé entrevistou o diretor administrativo da empresa.
A cooperativa de saúde destacou que está passando por um momento de atenção, mas não considera a situação como uma crise. Durante a entrevista, o diretor da Unimed Inconfidentes abordou vários pontos-chave. Ele atribuiu ao processo de crise de todo o setor da saúde pós pandemia como um dos agravantes dos problemas financeiros da instituição. Além disso, ele destacou que há um aumento na utilização dos beneficiários de planos de saúde, além de mudanças nas regulamentações da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) e a inflação materiais e medicamentos. Isso tudo gera a necessidade de ajustes internos.
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MOMENTO DE ATENÇÃO- CONTRATOS COM SINDICATOS DOS FUNCIONÁRIOS DAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO
O diretor Sergio Luiz Affonso enfatiza que a Unimed Inconfidentes não está enfrentando uma crise financeira, mas sim um momento de atenção. Isso se deve a diversos fatores. A cooperativa está buscando readequar contratos para garantir a continuidade dos serviços e manter a qualidade do atendimento. Essas negociações são necessárias devido a custos crescentes, especialmente em relação a procedimentos médicos, materiais de saúde e medicamentos.
O volume de realização de procedimentos aumentou em função da definição do rol “exemplificativo”, especialmente no que diz respeito ao aumento do volume de consultas e procedimentos e as sessões de equipe multidisciplinar que antes tinham limite de utilização, tais como psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas. Hoje, essas restrições foram eliminadas, o que resultou em custos adicionais. Essa mudança na política de cobertura impactou nossa receita, que precisa cobrir não apenas os custos assistenciais, mas também os custos administrativos e operacionais. Gostaria de assegurar a todos que a Unimed Inconfidentes não está endividada, mantendo suas obrigações regulatórias em dia. No entanto, devido ao aumento na utilização dos serviços de saúde, estamos enfrentando desafios financeiros que requerem nossa atenção e ações específicas para garantir a continuidade dos serviços.
destacou Sergio ao Galilé.
No documento que a Unimed Inconfidentes enviou para seus cooperados, a instituição destaca a criação de um comitê para avaliar a situação de alguns contratos. Destaca-se a situação dos acordos com ASSUFOP, SINASEFE IFMG e ADUFOP, instituições que prestam assistência à funcionários públicos. Na última quarta (20), foi realizada uma assembleia no auditório da Escola de Farmácia da UFOP, no campus Morro do Cruzeiro. Neste encontro, de acordo com o site da ADUFOP, eles discutiram um amplo debate sobre a renovação do contrato do Plano de Saúde Unimed.
Durante a assembleia, os participantes manifestaram forte oposição à proposta de precificação da Unimed, que poderia prejudicar a assistência médica para a maioria dos associados do ASSUFOP.
Após debates intensos, as seguintes propostas foram aprovadas pelos presentes:
A. Prorrogar o contrato atual por um ano para permitir a preparação financeira dos conveniados.
B. Designar uma comissão de sindicalizados para negociar com a UNIMED e potenciais novos planos.
C. Iniciar o processo de cotação com outras operadoras de planos de saúde para obter resultados até 29 de setembro.
A próxima reunião com a UNIMED está agendada para 29 de setembro, quando essas propostas serão apresentadas à empresa.
POSSIBILIDADE DE ACORDO
Na entrevista com o Galilé, Sergio afirma que que a Unimed está empenhada em negociar com os conveniados e analisar cada caso individualmente. O objetivo é chegar a um acordo que seja benéfico tanto para o cliente quanto para a Unimed, pois ambos são partes importantes do contrato. Ele destaca a importância de garantir um serviço de qualidade para os clientes e manter um padrão mínimo de qualidade, o que ele chama de “piso de qualidade”. Contudo, Sergio também reconhece que, em algumas situações, se uma das partes (cliente ou Unimed) for significativamente prejudicada, pode haver a possibilidade de suspensão ou rescisão do contrato, ou seja, o contrato pode ser encerrado se não for possível chegar a um acordo que atenda às necessidades de ambas as partes.
Quando tentamos uma negociação, analisamos cada caso. A gente tenta chegar num acordo que é importante tanto para o cliente ter Unimed como pra Unimed ter esse cliente. Nós não sobrevivemos sem o cliente e o cliente precisa ter um serviço de qualidade.
disse Sergio ao Galilé.
Em resumo, o diretor destaca que a Unimed Inconfidentes está tomando medidas para enfrentar desafios financeiros, mas mantém seu compromisso com a assistência de qualidade aos clientes e a transparência na comunicação com os cooperados. Quanto ao acordo com os sindicatos, as definições estão previstas para o próximo dia 29 de setembro.
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Jornalista formado pela Universidade Federal de Ouro Preto, com passagens por Esporte News Mundo, Blog 4-3-3 e Agência Primaz.
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