Disputa em Londres sobre gastos com jatos e iates ameaça indenizações de vítimas de Mariana

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Uma disputa interna no escritório Pogust Goodhead, em Londres, pode afetar o andamento das indenizações de Mariana, referentes à tragédia de 2015 que deixou 19 mortos e devastou comunidades ao longo do Rio Doce. O advogado Thomas Goodhead, de 43 anos, foi afastado do cargo de CEO em agosto e desligado da empresa em setembro após ser acusado de usar recursos do fundo de litígio para despesas pessoais e luxuosas no Brasil, incluindo jatos particulares e festas em iates.

O escritório britânico move uma ação coletiva de 36 bilhões de libras (R$ 251,9 bilhões) contra a BHP, uma das controladoras da mineradora Samarco, responsável pela barragem que se rompeu em Mariana. O processo representa milhares de vítimas do desastre e é considerado uma das maiores ações ambientais da história.

Segundo o jornal The Times, Goodhead teria usado o dinheiro do fundo do processo em voos privados, hospedagens em hotéis de luxo, passeios de helicóptero e eventos particulares. Um dos gastos citados foi de 5.600 libras (R$ 39 mil) em um voo particular de Vitória para o Rio de Janeiro, além de 5.300 libras (R$ 37 mil) com uma festa em iate. O advogado também teria gasto quase 40 mil libras em uma pousada de luxo no Uruguai e promovido dois eventos com churrasco e open bar.

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Goodhead nega as acusações e afirma que há uma “campanha difamatória” orquestrada por investidores insatisfeitos. Ele também acusa o escritório de promover um “golpe interno” para removê-lo da liderança. Já a firma DLA Piper, contratada para investigar o caso, afirmou que houve “gastos excessivos e descontrolados dirigidos e liderados por Goodhead”.

Os recursos utilizados pelo escritório foram aportados pela gestora Gramercy, dos Estados Unidos, que investiu US$ 552,5 milhões (R$ 3 bilhões) para financiar ações coletivas de grande porte, incluindo o caso de Mariana.

A disputa ocorre em meio a um cenário de risco financeiro no escritório Pogust Goodhead, cujas dívidas ultrapassariam 500 milhões de libras. A situação pode atrasar as indenizações de milhares de atingidos pela tragédia, enquanto segue sem acordo definitivo com a BHP e a Vale, que ofereceram US$ 1,4 bilhão para encerrar o processo.

Fonte: Poder 360

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