Lampião lança edição especial: 10 anos do desastre do Rio Doce

Lampião lança edição especial: 10 anos do desastre do Rio Doce

O jornal-laboratório Lampião, do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), lança nesta quarta-feira (5), data em que se completam dez anos do rompimento da Barragem de Fundão, uma edição especial dedicada às disputas por justiça, reparação, identidade e memória nos territórios atingidos pela lama da Vale e da BHP. Além da versão digital, o exemplar terá distribuição impressa, buscando fortalecer o debate público sobre os impactos ainda sentidos pelas comunidades ao longo da bacia do Rio Doce.

A publicação reúne reportagens que abordam temas como a ausência de participação efetiva das populações atingidas nas negociações do Novo Acordo do Rio Doce, denúncias de propagandas consideradas enganosas divulgadas pelas mineradoras e as perdas de direitos nos processos de reparação. Também estão em destaque análises sobre o apagamento de comunidades rurais, os desafios enfrentados pela Comissão de Atingidos pela Barragem de Fundão (CABF-MG) e as fragilidades das assessorias técnicas responsáveis por acompanhar os casos. A edição traz ainda um infográfico que apresenta uma linha histórica de violências e riscos que permanecem mesmo após uma década do desastre-crime.

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Segundo a equipe do Lampião, a proposta da edição especial é contribuir para a ampliação da discussão sobre memória e responsabilidade, reforçando o papel do jornalismo local na cobertura de conflitos socioambientais. O PDF da versão impressa está sendo enviado a parceiros e veículos interessados em aprofundar o tema. Já a versão digital completa está disponível desde 3 de novembro no site www.lampiaoufop.com.br.

Nesta quarta-feira, também estão previstos atos organizados por coletivos de atingidos para marcar os dez anos do rompimento. Às 10h, haverá mobilizações nos territórios de Bento Rodrigues e Monsenhor Horta, organizadas pela CABF-MG. No fim da tarde, às 16h, a Praça Gomes Freire (Jardim) receberá o ato Toque da Sirene e a entrega da nova edição do jornal A Sirene.

O rompimento da barragem de Fundão, ocorrido em 2015, liberou cerca de 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério, provocando mortes, destruição de comunidades inteiras e danos ambientais que se estendem por mais de 600 quilômetros até o litoral do Espírito Santo. Uma década depois, os processos de reparação seguem alvo de críticas e disputas judiciais.

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