Durante o evento gospel Celebrai, realizado no último sábado (13) em Conselheiro Lafaiete, o pastor e deputado federal Marco Feliciano (PL-SP) fez declarações que foram classificadas como intolerância religiosa em Lafaiete por representantes de religiões de matriz africana. O encontro aconteceu no estacionamento do Poliesportivo Municipal e foi promovido pela Secretaria de Cultura.
Na pregação, o pastor citou entidades ligadas à Umbanda e ao Candomblé. “Não sobrará em Conselheiro Lafaiete, Zé Pelintra, Zé Pilantra, Exu Caveira, Tranca Rua, Preto Velho, nenhuma obra de feitiçaria governará mais essa terra, porque a presença de Deus eterna pode modificar os nossos corações”, afirmou.
As falas geraram forte reação. Representantes da Comunidade de Religiões de Matriz Africana e de terreiros da cidade divulgaram nota de repúdio. “É inadmissível que em pleno século XXI ainda presenciemos ataques físicos, verbais, simbólicos ou institucionais contra tradições que compõem a rica diversidade cultural e espiritual do povo brasileiro. Reafirmamos nosso compromisso inegociável com a liberdade religiosa, garantida pela Constituição Federal, e com o combate a todas as formas de intolerância e racismo religioso”, destacou o texto.
Veja o vídeo:
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A Casa Pai Jacó do Congo, tradicional templo umbandista de Lafaiete, também se manifestou. “A Umbanda é luz, é amor e é resistência. Não aceitaremos calados qualquer tentativa de demonização de nossos guias e entidades”, afirmou a nota da instituição.
Em resposta, a Secretaria Municipal de Cultura publicou comunicado oficial. O texto reforçou que a declaração é de inteira responsabilidade do artista convidado e repudiou “qualquer forma de intolerância, preconceito, misoginia ou racismo”. A pasta destacou ainda que “a cultura é a morada da diversidade” e que sua missão é sustentar o diálogo e fortalecer a convivência democrática.
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