‘Nos trilhos do tempo’: exposição conta história ‘simbiótica’ entre Câmara e cidade de Mariana

'Nos trilhos do tempo': exposição conta história 'simbiótica' entre Câmara e cidade de Mariana

Como diz o poema de Hebe Rola, “Em Mariana, arte esvoaça no voo dos pássaros e chora no dobre dos sinos“, por isso, na tarde desta quinta-feira (15) a Câmara Municipal inaugurou oficialmente a exposição permanente “Nos Trilhos do Tempo”. A mostra, instalada de forma cenográfica e audiovisual, propõe uma imersão profunda na história da primeira Casa Legislativa de Minas Gerais, permitindo aos visitantes conhecer documentos, curiosidades, personagens e histórias que moldaram tanto a trajetória da Câmara quanto a da própria cidade de Mariana.

Leia também: Mariana 328 anos: a cidade com nome de rainha que fundou Minas Gerais

Idealizada pela Associação de Cultura Gerais (ACG) e realizada pela Comissão de Conservação e Funcionamento do Legislativo Municipal, a instalação busca colocar a Câmara “nos trilhos do tempo”, começando no século XVIII, quando o Parlamento foi estabelecido em Mariana, e estendendo-se até o século XXI. A mostra foi projetada pelo arquiteto Alexandre Rousset, pela designer gráfica Paola Menezes e pelo cineasta Marcelo Belém.

A exposição se destaca pela utilização de vídeos, fotos e composições que se unem em uma “viagem” de trem pelos séculos passados. O documentário principal apresenta depoimentos de historiadores, ex-vereadores e figuras políticas locais, que recontam essa história, além de dramatizações que trazem um toque de emoção à narrativa.

‘MARIANA TRANSFORMA A CÂMARA ASSIM COMO A CÂMARA TRANSFORMA MARIANA’

Em Mariana
A arte esvoaça no voo dos pássaros
Chora no dobre dos sinos
Canta nas bandas de música
Nos conjuntos de seresteiros
Nos corais
Pinta nos tetos dos templos e
Esculpe as portas dos sacrários
Desenha nas fraldas das montanhas
Borda nas minas
E nos leitos dos rios,
Fotografa na cachoeira
Tece nos tapetes de pita e
Nas peneiras, esteiras e balaios de Taquara.
Coreografa e arma nas
Contas-de-lágrimas da Nossa Senhora
Batuca no Zé Pereira da Chácara
Louva no Congado da Barroca

Poema “Cenários e Cenas”, de Hebe Rola, declamado no documentário.

A exposição investiga essa relação simbiótica entre a cidade e o prédio público. Os organizadores buscaram entender o equipamento como fundador da cidade que fundou Minas Gerais. Por isso, estar no local de 313 anos é pisar em um solo histórico.

“Foi todo um conceito que nós tivemos de colocar a Câmara nos trilhos do tempo, começando no século XVIII e terminando agora no século XX. A ideia era proporcionar uma verdadeira viagem pela história da Câmara, revelando detalhes que muitos desconhecem,” destacou Miriam Rocha, coordenadora geral da exposição. Ela também enfatizou a importância de trazer à tona histórias pouco conhecidas e personagens que marcaram a história da cidade e do Legislativo.

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Marcelo Belém, foi o cineasta responsável pelos filmes da mostra, e para o jornal Geraes ele reforçou a ideia de que a história da Câmara e de Mariana são inseparáveis: “Estudar a história da Câmara de Mariana é como estudar a história da própria cidade. Não sabemos se foi a Câmara que fundou Mariana ou Mariana que fundou a Câmara, tamanha é a interligação entre ambas. A Câmara faz parte da gênese do nosso Estado de Minas Gerais.”.

Nesse sentido, o documentário passeia pelas histórias do local e constrói, através de uma sensível dramatização a relevância daquele prédio construído na Praça Minas Gerais. Além de guardar as duas igrejas, a Casa de Câmara e Cadeia ajudou a delimitar a civilidade no estado que mais produziu riqueza no país na época de colônia.

Contudo, ele apresenta um olhar para a importância do passado, mas sem esquecer dos problemas do presente e a esperança do futuro. A cidade que nasceu no Bairro Santo Antônio, através da fome pelo ouro, hoje também precisa olhar para a “Prainha” como um local de florescimento de cultura e dignidade.

BAIRRO ‘PRAINHA’ PRESENTE NA CÂMARA DE MARIANA

É nesse sentido que a exposição também aborda questões contemporâneas, como a inclusão de uma música de Caio Kinte, rapper local, que reflete sobre a vida no bairro Santo Antônio, uma das áreas mais antigas e negligenciadas da cidade. “Minha música é um reflexo do pedaço de Mariana que me afetou, especialmente o bairro Santo Antônio. Falar sobre isso é lembrar da importância de valorizar nossas origens e reconhecer as lutas das comunidades que fazem Mariana funcionar,” afirmou o rapper.

Portanto, a exposição “Nos Trilhos do Tempo” já está aberta ao público na Câmara Municipal de Mariana e promete ser uma experiência única para quem deseja compreender mais profundamente a história não só da cidade, mas também do Estado de Minas Gerais.

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