“PRONCOVÔ”, show cênico de Laura de Castro e Zé Motta, encerra circulação em Ouro Preto

Apresentação em Ouro Preto

“Proncovô”, está em Ouro Preto. E é um show poético musical que, celebrando a arte do caminhar, seguir em frente e estar na estrada, propõe uma homenagem ao artista mambembe. E, também, ao andarilho e à vocação nômade do artista, que parte sempre em busca de seu público. Todavia, a produção é protagonizada por Laura de Castro e Zé Motta, com direção e dramaturgia de Eduardo Moreira e direção musical de Sérgio Pererê.

Nesse hiato, a montagem traz os atores-músicos para a cena como trovadores populares e contemporâneos, tocando, cantando e recitando textos e poemas. Costurados em uma dramaturgia que festeja a cultura brincante brasileira.

Todavia, com composições autorais que se juntam a canções populares, o espetáculo convida o público para uma experiência. Ao passo que a emoção do encontro fala mais alto. O espetáculo tem excursionado por algumas cidades.

Oficinas em escolas públicas e centros culturais

Contudo, chega a Ouro Preto após ter passado por Belo Horizonte, Sabará, Catas Altas, Barão de Cocais e Itabirito. Em contrapartida, além da apresentação, os artistas também levam na bagagem oficinas que serão ministradas para estudantes locais. Em Ouro Preto, os participantes serão os alunos dos cursos de teatro, dança e música da UFOP e também da Escola Estadual Maria do Carmo Almeida.

A escolha por iniciar a turnê por essas cidades já estava no cerne do projeto, que nasceu para percorrer pontos importantes da Estrada Real. “Após a pandemia, percebemos uma ebulição cultural, a volta dos shows e peças, porém percebemos que isso estava forte apenas nos grandes centros e capitais. Nosso desejo foi descentralizar, levar nossa arte até essas pessoas”, explica Laura de Castro.

A força do encontro ao longo da caminhada é uma metáfora do próprio processo do espetáculo, que marca a reaproximação artística de Eduardo Moreira e Laura de Castro, que viveram uma experiência teatral juntos anos atrás.

“É um encontro artístico e afetivo. A Laura trabalhou comigo quando tinha quase 12 anos. Quando ela me convidou para fazer a direção de um show dela com Zé, topei na hora ao deslumbrar a possibilidade de trabalhar o jogo e a relação da música com o teatro e, somado isso, tendo a liberdade de abordar um assunto que sempre me interessa muito que é o caminhar, o lugar do andarilho, do nômade, aquele que está sempre se locomovendo em busca de alguma coisa”, conta Moreira, que também é um dos integrantes do Grupo Galpão.

“Acredito que a assinatura do Eduardo está bem impressa na peça, a leveza, a poesia, a comicidade, o movimento. E, ao mesmo tempo, ele nos dá liberdade e nos incentiva a colocarmos nossa marca”, acrescenta Laura.

O espetáculo por Ouro Preto

A perspectiva de transmutar, estar sempre partindo e chegando é uma característica imanente a todo o artista. Para tecer a dramaturgia, Eduardo Moreira se inspirou nos livros “A História do Caminhar”, de Rebecca Solnit, e “Caminhar, Uma Filosofia”, de Fréderic Gros. O roteiro final faz uma colagem com escritos e poemas de diversos autores como Antônio Machado, Carlos Drummond de Andrade, Paulo Leminski, Fernando Pessoa, incluindo também composições musicais dos artistas-cantores, misturadas com clássicos da música popular, criando um caleidoscópio de sensações.

“Existe o encontro e um embate do encontro de uma forma ancestral de arte dita pela juventude dos seus intérpretes. Encontros da tradição com o contemporâneo, o erudito e o popular, a música e o teatro, o lírico e o épico, tudo isso numa linguagem que sempre busca a comunicação direta com o público”, garante o diretor.

Sérgio Pererê, diretor musical do espetáculo, foi de extrema importância para a costura entre música e cena. Trazendo sua grande experiência como multiartista e seu vasto conhecimento cênico. Pererê provocou os artistas a borrarem a divisão entre som e texto, e a trazerem texturas e timbres diferentes.

“Está sendo um desafio maravilhoso aprender novos instrumentos. Pererê trouxe essa provocação, para experimentarmos outras sonoridades harmônicas e percussivas, e nós entramos de cabeça”, comenta Zé.

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O projeto nas cidades

Nesse meio tempo, todas as cidades que irão receber as apresentações do show cênico “PRONCOVÔ” também serão palco de uma oficina ministrada pelos protagonistas do espetáculo, Laura de Castro e Zé Motta. A proposta é compartilhar com estudantes e artistas locais, selecionados em parceria com órgãos de educação e cultura municipais, a bagagem acumulada por Laura e Zé ao longo da carreira, nas linguagens da música, do teatro, e da dança, proporcionando uma experiência artística para os participantes.

A oficina visa trazer um pedaço do espetáculo para dentro da sala de aula. Desse modo, os artistas-professores irão trabalhar músicas, movimentos e poemas utilizados na peça. Parte do conteúdo trabalhado na oficina será usado no espetáculo, trazendo a interação e a participação dos alunos.

O objetivo desses encontros, além de trabalhar os conteúdos didáticos, é incorporar a arte ao cotidiano dessas pessoas, gerando respeito, conhecimento e interesse pelas manifestações artísticas.

“PRONCOVÔ”, show cênico de Laura de Castro e Zé Motta é um projeto realizado pela Laura de Castro Produções Artísticas. A saber, com recursos da Lei Federal de Incentivo à Cultura. O patrocínio é do Instituto Cultural Vale e a produção é da Lazúli Cultura.

Programação em Ouro Preto

“PRONCOVÔ”, show cênico de Laura de Castro e Zé Motta

DE 1º A 3 DE JUNHO – OURO PRETO

Oficinas:

01/6: Quinta-feira, às 14h – Museu Boulieu – R. Padre Rolim, 412 – Centro

02/6: Sexta-feira: Campus da Universidade Federal de Ouro Preto UFOP

Espetáculo

03/6: Sábado, às 16h – Adro da Igreja São Francisco de Assis

Todas as atividades são gratuitas.

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