Os Reinados e Congados de Ouro Preto e de outras cidades mineiras foram reconhecidos como Patrimônio Cultural do Brasil em uma cerimônia realizada no domingo (24), durante o Festejo do Tambor Mineiro, em Belo Horizonte. O título foi entregue pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), marcando um momento histórico para a cultura e a fé afro-brasileira.
O evento contou com a presença de guardas de Minas Gerais e representantes de Ouro Preto, como a Guarda de Moçambique de Nossa Senhora do Rosário e Santa Efigênia; a Guarda de Congo Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, de Santo Antônio do Salto; a Banda de Congado Nossa Senhora do Rosário e Santa Efigênia, de Miguel Burnier; a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos; e o Congado Nossa Senhora das Graças e Nossa Senhora do Rosário, ligado à APAE.
A ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, destacou que o reconhecimento precisa ser acompanhado por investimentos. “É muito importante esse reconhecimento, a gente escrever os caminhos do rosário, as nossas guardas de congado, de reinado, no livro do patrimônio imaterial da cultura brasileira. Mas ao reconhecer como patrimônio, a gente precisa avançar para que cada vez mais a gente possa ter apoio, um financiamento público para nos ajudar a tocar nossas guardas”.
Ela também afirmou que investir na cultura é investir na economia das comunidades: “Ampliar os investimentos para a cultura é compreender que investir na cultura é investir na economia criativa, nas nossas comunidades do campo, das águas e das florestas”.

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Representando Ouro Preto, o diretor de Igualdade Racial do município e capitão da Guarda de Moçambique de Nossa Senhora do Rosário e Santa Efigênia, Kedison Guimarães, celebrou a conquista. “Estamos aqui no festejo do Tambor Mineiro, em Belo Horizonte, onde recebemos a certificação de Patrimônio Imaterial do Brasil pelo IPHAN. Foi muito bom realizar essa cerimônia, onde valorizamos cada vez mais nossos congados, nossos moçambiques e nossos reinados de todo o Brasil”.
Ele acrescentou que o reconhecimento fortalece a proteção das tradições. De acordo com Kedison, a certificação “é fruto de muito trabalho do IPHAN junto com os grupos de congados e reinados, e potencializa políticas públicas que cuidem das nossas guardas e da nossa cultura congadeira em Minas Gerais e em todo o Brasil”.
A solenidade reuniu ainda autoridades como a deputada federal Célia Xakriabá, que ressaltou a relevância nacional do título concedido aos Reinados e Congados. Além da também deputada Andreia de Jesus e outras representatividades da cultura afro-brasileira.
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Bacharel em jornalismo pela Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), com passagens por Jornal O Espeto, Território Notícias e Portal Mais Minas.
