Samarco anuncia reativação de usina e retomada de 100% da capacidade até 2028

Hoje (23), em Anchieta/ES, a mineradora Samarco anunciou a retomada de uma de suas usinas, marcando o início do processo para atingir 100% de sua capacidade de produção até 2028. O anúncio foi feito durante uma coletiva de imprensa na sede da empresa, localizada no Complexo de Ubu, e contou com a presença do governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB).

A reativação da usina de pelotização ocorre na véspera do 47º aniversário da Samarco, com o setor P3 aumentando a capacidade produtiva de nove para 15 milhões de toneladas de pelotas e finos de minério por ano. A empresa informou que mais de 3 mil empregos foram gerados na preparação para essa ampliação.

Com essa iniciativa, o concentrador 2, situado no Complexo de Germano em Mariana, deverá ser reativado até o final de 2024, com o objetivo de fornecer insumos para a usina.

PRESIDENTE DA SAMARCO REITERA COMPROMISSO EM RECONQUISTAR CONFIANÇA DAS COMUNIDADES ATINGIDAS

Rodrigo Vilela, presidente da Samarco, afirmou durante a coletiva que a reativação da usina P3, é um passo crucial no plano estratégico da empresa. Além de Vilela, o Diretor de Operações da mineradora Sérgio Mileipe também falou. Eles ressaltaram que essa retomada gradual, após o rompimento da Barragem de Fundão em 2015, foi feita de forma lenta e cuidadosa para garantir a segurança e a confiabilidade do processo.

“Quero destacar que nossa estratégia de retomada gradual foi fundamental para definir os rumos da empresa. Uma das nossas prioridades desde 2020 tem sido a descaracterização das barragens remanescentes, como as barragens de Germano e outras estruturas que já foram totalmente reformuladas”, disse Vilela .

Ele ainda destacou que a reativação foi antecipada em função do desempenho positivo das operações. No entanto, ele ressaltou que a capacidade produtiva da unidade no Espírito Santo dependerá do aumento da produção na Primaz de Minas.

Retomada capacidade samarco
Rodrigo Vilela apresenta o plano de retomada das capacidades da Samarco.

Desde 2020, a Samarco vem retomando suas atividades, que haviam sido suspensas após o rompimento da Barragem de Fundão em 2015. Até o momento, a mineradora conseguiu recuperar 30% de suas operações e, com a ativação da nova usina, espera dobrar esse índice, alcançando 60%.

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O restante da recuperação será alcançado por meio da expansão do Complexo de Germano, que está atualmente em processo de licenciamento nas cidades de Ouro Preto e Mariana.

Outro ponto relevante da entrevista foi o compromisso da Samarco em restabelecer a credibilidade perdida após o desastre de 2015. Vilela reconheceu que a tragédia abalou a confiança da comunidade e do mercado, mas afirmou que, desde a retomada das operações em 2020, a empresa vem se esforçando para reconstruir essa credibilidade, focando em práticas seguras, sustentáveis e transparentes.

“Esse colchão de credibilidade, que existia até 2015, foi profundamente abalado pelo rompimento da barragem de Fundão. Houve uma ruptura literal e gerou-se muita desconfiança sobre a capacidade da empresa de se recuperar e voltar a operar. Passados cinco anos, especialmente durante a licença operacional corretiva, nós que ficamos aqui vimos a possibilidade de uma retomada gradual e responsável, buscando essa reconstrução. Para ser bastante sincero, o que vemos no dia a dia é uma busca constante por recuperar essa credibilidade”, expôs Guilherme.

A Samarco também está avançando em seus projetos de descarbonização e sustentabilidade, com metas para reduzir a emissão de CO2 até 2025 e 2033. Isso inclui o uso de energia 100% renovável e o desenvolvimento de novas tecnologias e métodos operacionais que reduzam o impacto ambiental da produção.

Quanto aos impactos para as cidades da Região dos Inconfidentes, a empresa afirmou que o processo está sendo conduzido com base em estudos ambientais rigorosos e processos de licenciamento adequados. No entanto, nesta semana, atingidos protestaram contra o Projeto de Longo Prazo na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), alegando que as comunidades não foram ouvidas o suficiente e que a empresa ainda não reparou os danos causados. Em resposta, Vilela assegurou que todos os projetos da empresa estão sendo conduzidos com responsabilidade para garantir a segurança e minimizar os impactos sobre as comunidades e o meio ambiente.

Nesta semana, o secretário de Meio Ambiente de Mariana, Anderson Aguilar, anunciou que a Samarco destinará R$ 80 milhões como contrapartida ambiental.

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