Na última semana, a estudante de jornalismo na Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Ana Luíza Rodrigues, denunciou em seu perfil no Instagram um caso de racismo que teria vivenciado na República Mandacaru, localizada em Mariana. Segundo Ana, uma ex-moradora fez comentários racistas e a excluiu de espaços de convivência. Ao buscar apoio da decana da casa, a estudante afirma que não recebeu o suporte adequado e que a situação foi amenizada. Sem solução, ela decidiu sair da república.
Ana compartilhou sua experiência em uma postagem no Instagram, afirmando que sofreu racismo e que a república não deu a devida importância ao caso. Em sua publicação, ela destacou que sua saúde mental foi impactada pelas micro violências vivenciadas e que decidiu expor sua história para que não fosse apagada.
A publicação repercutiu nas redes sociais e gerou debate sobre a violência sutil em espaços de convivência e a dificuldade de encontrar acolhimento. Em nota, a República Mandacaru lamentou o ocorrido e afirmou que a ex-moradora acusada de racismo foi expulsa da casa e não tem mais relação com as atuais residentes.
A estudante é natural de João Monlevade, e foi moradora da república a partir de 2022, quando iniciou sua graduação na UFOP. Com o tempo, notou que a seleção de novas moradoras priorizava um perfil específico de estudantes, que não a incluía.
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A situação se agravou com a chegada de uma nova caloura no ano passado. Segundo Ana, essa estudante fazia comentários sobre seu cabelo de forma exótica e promovia a hiperssexualização de pessoas negras. Ana tentou dialogar, mas a caloura não reconheceu o erro. Em um episódio relatado, a estudante teria feito piadas sobre a necessidade de Ana “reforçar sua negritude” com determinadas roupas.
Sem apoio na república, Ana procurou a decana da casa, que propôs apenas uma conversa entre ela e a moradora acusada. A vítima relata que ouviu a conversa e que a caloura minimizou suas atitudes, descrevendo a situação como insegurança de Ana. Nenhuma providência foi tomada, e a estudante decidiu sair da moradia.
A República Mandacaru também se manifestou nas redes sociais, afirmando que repudia qualquer forma de discriminação e que a estudante acusada foi expulsa no ano passado. A nota também reconhece que as providências deveriam ter sido tomadas com mais urgência e informa que medidas estão sendo adotadas para evitar novos casos.
A situação continua gerando discussão entre estudantes da UFOP e nas redes sociais sobre racismo em espaços de convivência universitários.
Matéria produzida com informações da Agência Primaz.
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Bacharel em jornalismo pela Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), com passagens por Jornal O Espeto, Território Notícias e Portal Mais Minas.