Vale assina os termos para saúde e assistência em Antônio Pereira

Vale assina os termos de reparação em conjunto com representantes da política de Ouro Preto. A assinatura do Termo de Pactuação de Assistência Social e do Termo de Pactuação de Saúde, que beneficia o distrito de Antônio Pereira, ocorreu terça-feira (31). Segundo o prefeito Ângelo Oswaldo, a Prefeitura vem tomando uma série de providências para melhorar a questão da saúde, contando com assistência psicológica pela demanda da comunidade, devido aos impactos que o desastre causou no distrito.

O evento ocorreu no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) de Antônio Pereira, às 13h. Além do prefeito de Ouro Preto, estavam presentes à mesa o gerente de sustentabilidade da Vale, Lucas Soares; o gerente de Assistência Social, Luiz França; a diretora do CRAS de Antônio Pereira, Rosângela Ramos; o secretário de Saúde, Leandro Moreira; e o vereador Vander Leitoa.

Vale assina os Termos de Assistência Social e Saúde

A pactuação entre o município de Ouro Preto e a Vale garante investimentos na área da saúde e da assistência social. Nesse sentido, o secretário de Saúde, Leandro Moreira explicou: “Na saúde, o nosso projeto é a ampliação da nossa unidade, bem como reforma e troca de toda a mobília. O nosso objetivo, além da equipe que já colocamos para atendimento da população ouro-pretana, então, já temos aí equipes voltadas para a saúde mental, ampliamos a equipe de saúde bucal, e com esta ampliação, trazer a reabilitação para o distrito de Antônio Pereira. Mais um grande avanço na área de saúde do município de Ouro Preto”.

O gerente de Assistência Social da Secretaria de Desenvolvimento Social, Luiz França, comentou que o processo foi construído por várias mãos, tendo início em 2021. “De dois anos para cá, a gente conseguiu construir muita coisa. Hoje, o que eu acho que a gente tem de mais importante aqui, já presente nesse momento, é a equipe que a gente conseguiu construir junto com a Vale […]. Além dessa equipe técnica, a gente conseguiu também nesse processo da reparação alguns bens para o CRAS. É importante destacar isso, pode parecer que serão poucas coisas, que a gente tem muito mais que lutar, que a gente tem muito mais que construir, realmente a gente tem muita coisa para fazer. Mas é importante destacar que a parceria está acontecendo, a gente está tendo retorno, a gente está conseguindo conversar com a Vale […]”, explicou.

Os oito anos da tragédia

Após oito anos da tragédia ocasionada pelo rompimento da barragem, a ação serve como elemento de reparação aos atingidos. “A Vale está transferindo recursos para a Secretaria de Saúde, que vai fazer uma gestão muito mais ágil, muito mais rápida […]. Nós vamos melhorar bastante a nossa Policlínica de Antônio Pereira, vamos contratar vários profissionais”, é o que relata Ângelo Oswaldo.

O prefeito falou também sobre a importância do programa de saúde mental e da luta por direitos da população.

“Nós queremos que esse desastre da Samarco, da Vale, da BHP (Billiton), ele tenha a compensação devida ao município de Ouro Preto. Quiseram brincar conosco, nós lutamos, corremos atrás e temos que ter uma atitude muito afirmativa, porque as coisas foram muito mal conduzidas desde a criação desse absurdo, esse monstro que foi a Fundação Renova, que consumiu o dinheiro todo, com tecnocracia, com conversa afiada, com muitas pessoas beneficiadas, mas os verdadeiros atingidos, as verdadeiras vítimas ficaram à margem desse festival de gastança que foi a Fundação Renova. Então, em Ouro Preto, nós não recebemos nada da Renova, inclusive, o juiz mandou dar sete milhões de reais para a educação e nem isso nós conseguimos receber até agora, porque ela recorreu várias vezes na justiça. Realmente aquilo é uma quadrilha que se instalou, de vampiros, para sugar todos aqueles que foram vitimados pelo desastre de 05 de novembro de 2015.

Nós vamos lembrar enfaticamente que nesse oitavo aniversário se renove o compromisso de, rapidamente, nós termos esse ressarcimento. O desastre de Brumadinho já foi revolvido. Nós queremos já soluções efetivas, e não um negócio que vai pagar em vinte anos não, tem que pagar logo, porque é a geração atual que sofreu esse impacto e já estamos numa segunda geração, porque tem oito anos. Que a geração atual seja beneficiada, seja ressarcida e compensada daquilo que aconteceu aqui em 2015“, afirmou.

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Emi Luara

Jornalista em formação pela Universidade Federal de Ouro Preto. Fascinada pela arte da comunicação e seus desdobramentos. Estagiária no Jornal Galilé e na Rádio Real FM.

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