Entre alecrins e abelhas: Samarco e UFOP promovem curso de apicultura em Ouro Preto

O cuidado com a saúde das abelhas é uma preocupação de todo o mundo e por isso, a UFOP e a Samarco promoveram curso de apicultura entre os dias 14, 15 e 16 de junho, em Ouro Preto. Os grupos de pesquisa da UFOP Colmeia e Apicrim visaram capacitar moradores da área rural da região para implementar essa atividade na sua propriedade.

A coordenadora do curso, Prof. Dra. Sandra Aparecida Lima de Moura, destacou a importância da iniciativa: “ Nosso grupo de pesquisa é multidisciplinar, com foco principal na recuperação de áreas degradadas pela mineração, utilizando o desenvolvimento de pastos apícolas, como o alecrim-do-campo, em associação com a apicultura”.

Sandra explicou que a abordagem integra diversos saberes para transformar solos pobres e ácidos, que são comuns em áreas degradadas pela mineração. “Ao plantar o alecrim-do-campo, que é a principal fonte de resina para a produção da própolis verde, e associar essa planta às abelhas, conseguimos não só uma cobertura verde para o solo degradado, mas também um produto extremamente nobre”, explicou. “As abelhas coletam a resina do alecrim-do-campo para produzir própolis, enquanto contribuem com a polinização e a revitalização do bioma local”.

ÁREAS DEGRADADAS DAS MINERADORAS SÃO UTILIZADAS

Ter abelhas polinizando o ambiente é de fundamental importância para o meio ambiente. Além de produzirem o mel, elas são responsáveis pela polinização de inúmeros alimentos, como as frutas, legumes e os grãos, garantindo a segurança alimentar de toda a humanidade. Por isso, essa iniciativa busca utilizar a área rural para capacitar os moradores, destacando o valor deste inseto.

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O projeto também envolve a comunidade do entorno das áreas degradadas, que sofre com a degradação social. “Capacitamos essas pessoas em várias oficinas de tecnologias sociais. Todo o produto desenvolvido é didaticamente transferido para elas, independentemente do nível de escolaridade”, destacou Sandra. “Além do curso de apicultura, oferecemos cursos de produção de bioembalagens de cera de abelha, velas, cosméticos, sabonetes, extratos, xaropes e suplementos alimentares à base de própolis”.

A professora também mencionou que o projeto pretende organizar e distribuir essas atividades nos distritos de Ouro Preto, incentivando a agricultura familiar. “Contamos com o apoio da Samarco, que utilizou suas áreas degradadas como campo de experimentação para nossos estudos. Já formamos cerca de 100 pessoas em diversos cursos e estamos na fase de aplicação e consolidação do projeto”, afirmou.

Sandra expressou preocupação com a continuidade do projeto devido a cortes de financiamento. “Estamos na fase de consolidação de um projeto que vem sendo desenvolvido há quatro anos com alto potencial de aplicação. Precisamos agora ampliar e estender isso para mais pessoas”, concluiu.

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