A Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) completa nesta quarta-feira (21), 55 anos de fundação. A instituição nasceu após a junção da Escola de Farmácia (1839) com a Escola de Minas (1876) e hoje conta com quatro campi em três cidades, o Morro do Cruzeiro em Ouro Preto, o Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS) e o Instituto de Ciências Sociais e Aplicadas (ICSA) em Mariana e o Instituto de Ciências Exatas e Aplicadas (ICEA).
Este ano, a UFOP anunciou o avanço no sentido de construir um novo campus, em Ipatinga. Através do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Universidades, a instituição receberá R$60 milhões para dar continuidade no antigo projeto, que prevê a criação de uma sede principalmente do curso de Medicina.
Com 12 mil estudantes atualmente, a universidade oferta 54 cursos de graduação presenciais, além de quatro à distância. Além disso, são ofertados mais 61 cursos de pós-graduação, divididos entre mestrado acadêmico e profissional e doutorado.
Neste ano, a cerimônia de celebração do aniversário da instituição foi adiada. O evento ocorreria no último domingo (18). Contudo, por conta do falecimento do procurador federal Dr. Antônio José de Souza, que trabalhou na UFOP entre os períodos de 2006 a 2008 e de 2010 até o presente momento, a solenidade será remarcada. A data ainda não foi definida.
AS ESCOLAS QUE FUNDARAM A UFOP: ESCOLA DE MINAS E ESCOLA DE FARMÁCIA
A criação da UFOP se deu após a união de duas instituições centenárias. Ouro Preto foi durante muito tempo o coração cultural e intelectual do estado de Minas Gerais. Nesta época, duas instituições de ensino se constituíram como referência no Brasil: A Escola de Minas, de 1876 e a Escola de Farmácia, de 1839.
Entre os morros da cidade com nome de preciosidade, emergia o conhecimento e se formavam anualmente engenheiros e farmacêuticos que ajudaram a construir e medicar o país.
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A Escola de Farmácia foi a primeira que ofertou essa formação na América Latina. A sua primeira sede foi no Largo de Coimbra. Contudo, se constituiu com imponência a partir de 1893, com as atividades desenvolvidas no prédio localizado na rua Costa Sena. O prédio foi tombado como patrimônio histórico pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1938 e, atualmente, abriga o Museu da Farmácia.
Já a Escola de Minas, foi fundada por Henri Gorceix, um francês apaixonado por ciência que aceitou o pedido de Dom Pedro para instalar uma instituição que praticasse pesquisa com base no empirismo. Desde então, a faculdade se tornou um equipamento público fundamental do desenvolvimento acadêmico de qualidade e da pesquisa científica do Brasil.
Uma das ‘mães’ da UFOP formou ou influenciou diversas personalidades de destaque na história do Brasil. Entre seus alunos ilustres estão Carlos Chagas, médico sanitarista e cientista renomado, que iniciou seus estudos no curso preparatório da Escola de Minas antes de seguir para a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro; Alberto Santos Dumont, inventor e pioneiro da aviação, considerado pelos brasileiros como o “pai da aviação”; Pandiá Calógeras, importante ministro da República Velha e autor do livro “As minas do Brasil”; Getúlio Vargas, ex-presidente do Brasil, que chegou a estudar na Escola de Minas, embora não tenha concluído o curso; Amaro Lanari Júnior, primeiro presidente da Usiminas, uma das maiores siderúrgicas do país; Pedro Demóstenes Rache, fundador do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (CONFEA); João Bosco, cantor e compositor brasileiro, reconhecido por sua contribuição à música popular brasileira; e Rubinho do Vale, violeiro, cantador e compositor, também conhecido por sua influência na música tradicional brasileira.
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Jornalista formado pela Universidade Federal de Ouro Preto, com passagens por Esporte News Mundo, Blog 4-3-3 e Agência Primaz.
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