Comunidade escolar de Antônio Pereira organiza mobilização contra militarização

Comunidade escolar de Antônio Pereira organiza mobilização contra militarização

Uma carta aberta assinada por integrantes da comunidade escolar da Escola Estadual Professora Daura de Carvalho Neto, no distrito de Antônio Pereira em Ouro Preto, expressa preocupação com a possibilidade de militarização da unidade. De acordo com o documento, uma consulta será realizada até o dia 18 de julho para que alunos, familiares e funcionários votem sobre a adesão ou não ao modelo cívico-militar.

Segundo a carta, caso a proposta seja aprovada, a escola teme ser administrada internamente por um policial militar da reserva, que atuará na gestão da unidade e acompanhará o processo pedagógico.

A comissão afirma que reconhece desafios enfrentados pela escola, mas defende que a solução deve ser construída com base em diálogo, acolhimento e projetos voltados à formação cidadã dos estudantes. O grupo também argumenta que a presença de militares dentro da escola não é o caminho para a melhoria da educação.

Entre os pontos destacados como argumentos contrários à proposta, a carta menciona o redirecionamento de recursos da educação para a segurança pública, a ausência de formação pedagógica por parte da polícia militar, e a preocupação com o impacto do modelo na convivência escolar.

Os signatários reforçam que o modelo cívico-militar proposto não equivale a escolas como os colégios Tiradentes, que possuem processo seletivo e currículo diferenciado.

A comissão convoca a comunidade de Antônio Pereira a votar “não” na consulta e a participar do debate sobre a possível militarização da escola, com o objetivo de manter o espaço como um ambiente educacional voltado ao acolhimento e ao aprendizado.

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Carta aberta à comunidade da Escola Daura

Recebemos a notícia de que nossa escola corre o risco de ser militarizada. Até o dia 18 de julho, semana que vem, ocorrerá uma consulta à comunidade escolar, uma votação, para saber se aceitamos ou não essa proposta.

Mas o que isso significa? Uma escola militarizada será uma escola administrada e monitorada internamente pela Polícia Militar. Isso mesmo! Um membro aposentado da polícia será destinado à escola para administrá-la e para acompanhar todo o aprendizado dos alunos.

Sabemos que nossa escola não é perfeita. E sabemos também que podemos melhorar. Mas não acreditamos que o caminho para essa melhora seja colocar a polícia na escola. Inclusive, todas as vezes em que o diálogo não foi mais possível, acionamos a segurança pública, na figura da polícia, mas somente quando situações ultrapassaram o limite da boa convivência e da construção pedagógica.

Nosso espaço é de convívio, de acolhimento, respeito e aprendizado; e não um espaço de punição e repressão.

Temos certeza que podemos continuar avançando na melhoria da escola, como estamos fazendo com as reuniões coletivas e individuais com as famílias e os estudantes, buscando parcerias com a comunidade, com projetos que têm como objetivo fazer os estudantes se formarem como cidadãos conscientes e interessados na sua comunidade.

Motivos para NÃO aceitar a militarização:

  • Tiram o dinheiro da educação para pagar polícia;
  • Policial não é educador! A polícia não tem formação para trabalhar na educação;
  • Enganam que estão melhorando a educação, mas, na prática, apenas reprimem os alunos, professores e demais funcionários da escola;
  • Escola cívico-militar NÃO é o mesmo que Colégio Tiradentes, portanto, não haverá um currículo diferenciado por isso.

Por tudo isso, queremos contar com o apoio da comunidade.
Queremos lutar para que o NÃO vença na votação e nossa escola não seja transformada em prisão.

VAMOS DEFENDER A NOSSA ESCOLA!!
Comissão em defesa da E.E. Professora Daura de Carvalho Neto.

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