A Associação Quilombola Vila Santa Efigênia e Adjacências (Embaúbas, Crasto e Engenho Queimado) denunciou uma tentativa de fraude no sistema de cotas, feita por uma pessoa branca sem vínculo com a comunidade. Segundo a instituição, através de uma Nota de Repúdio publicada nas redes sociais, a intenção do suspeito (a) – que não teve o nome revelado – é ingressar na Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), utilizando a cota de pertencimento étnico quilombola.
No post publicado no Instagram, a Associação afirma que a pessoa mantém contato com moradores da localidade por meio de mensagens trocadas em redes sociais, solicitando documentos que comprovem essa falsa origem. Além disso, ela teria inclusive visitado as comunidades e abordado moradores, supostamente assediando-os para obter uma comprovação.
Essa busca pela comprovação da comunidade provavelmente ocorreu porque a pessoa suspeita de fraude não deve possuir a certidão de Bolsa Permanência, emitida pela Fundação Cultural Palmares, que comprova automaticamente o vínculo a uma associação. Sem esse documento, uma declaração assinada por uma liderança reconhecida da comunidade também é aceita.
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PROVIDÊNCIAS A SEREM TOMADAS PELA ASSOCIAÇÃO QUILOMBOLA
Ainda na publicação em suas redes, a Associação Quilombola Santa Efigênia destaca que essa ação pode configurar crime de falsidade ideológica. Mas não somente, também representa um ataque aos indivíduos das comunidades e uma violação da integridade de uma política pública essencial para a promoção da igualdade racial.
A instituição ainda reafirma a necessidade dos órgãos responsáveis realizarem uma investigação sobre o caso, em busca de responsabilizar o suspeito (a). Não existe a informação de uma denúncia formal foi feita pela Associação. O jornal Geraes entrou em contato com a Associação e com a UFOP para buscar mais informações, assim que receber respostas, a matéria será atualizada.
A Associação Quilombola de Santa Efigênia
Associação Quilombola Vila Santa Efigênia e Adjacências foi criada em 2019, reunindo os povos quilombolas das comunidades de Vila Santa Efigênia, Embaúbas, Crasto e Engenho Queimado, localizadas próximas a Furquim, distrito de Mariana, Minas Gerais.
A associação busca organizar as comunidades, promovendo a autoafirmação identitária e defendendo os direitos dos quilombolas. A ação da instituição na região remonta ao século XVIII, onde quilombos foram formados por africanos que fugiram das senzalas e resistiram ao sistema escravocrata, criando espaços solidários de liberdade e preservação cultural.
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Jornalista formado pela Universidade Federal de Ouro Preto, com passagens por Esporte News Mundo, Blog 4-3-3 e Agência Primaz.
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