Imagine descobrir que as centenas de milhares de reais que sua república junta há 27 anos, desapareceram das contas que administram? Isso aconteceu em Ouro Preto, com a república Partenon. Um morador é acusado de ser o responsável por um déficit que pode chegar a quase R$ 450 mil reais de uma moradia particular. Os outros membros descobriram o problema no início de março e desde então estão reunindo provas para incriminar o suspeito. Eles são estudantes da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP).
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O dinheiro era acumulado há quase três décadas para a compra de uma nova casa. Organizados, os moradores criaram uma associação, que tem ao todo sessenta associados, entre atuais residentes e ex-alunos. A notícia crime que o Galilé teve acesso, indica que o suspeito era o tesoureiro e que gozava de total confiança dos associados.
Através de prints, os atuais moradores mostram o suspeito pedindo liberação de senhas para movimentar o dinheiro. A comunicação da perda dos fundos não foi feita de maneira direta aos outros moradores, com o suspeito alegando estar doente.
COMO TUDO ACONTECEU
A ideia de comprar uma nova casa nasceu em 1996, quando a Associação República Partenon de Ouro Preto/MG (ARPOP) foi criada. Desde então, eles se organizam em setores que administram a casa e os eventos promovidos por ela. Nos últimos tempos, o dinheiro estava armazenado no Banco do Brasil. O acesso a conta era dividido entre a tesouraria e os presidentes. Contudo, para movimentar o dinheiro, a liberação feita pelo presidente era necessária. O então tesoureiro começou a fazer pedidos de liberação para o presidente. Por ser o responsável pelas finanças, as solicitações não levantavam suspeitas.
No entanto, nas vésperas da realização do carnaval, maior fonte de renda dos republicanos, o tesoureiro deu uma sugestão. A sua ideia era reabrir uma conta, em um banco da cidade, o Efí, antigo Gerencianet. Esta instituição financeira não pede autenticação dupla. Por ser uma pessoa de confiança, a decisão foi apoiada pelos moradores. Acontece que ele passou a ter total controle das transações da conta, sem a necessidade de reportar ao presidente da associação.
Tudo corria bem para a república de Ouro Preto. Após dois anos de suspensão do carnaval por conta da pandemia, a festa de 2023 foi um sucesso. Porém, no dia 01 de março, um dos atuais moradores da república foi contatado por um escritório de advocacia com uma mensagem estranha. Segundo o relato, a família do tesoureiro procurou a equipe jurídica para que os moradores pudessem “trabalhar em conjunto” a fim de “resolver questões relacionadas a aquisição da sede da república, bem como com relação à saúde do morador, que não poderia continuar nas plenas funções do cargo”
Prontamente os moradores compareceram a reunião, esperando ser um encontro comum, para comunicar a saída dele da tesouraria. No entanto, neste encontro toda a questão foi comunicada. Segundo eles, o suspeito queria se retirar da tesouraria por conta da “descoberta”(em agosto de 2022) de um “rombo” nas contas da Associação. Após saber disto, ao invés de abrir o jogo para os demais membros e na tentativa de recuperar este montante, “fez maus investimentos que causaram um prejuízo”
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O DESVIO NA REPÚBLICA EM OURO PRETO
Ao obterem acesso ao extrato da conta do banco, o susto. Os moradores conseguiram emitir um extrato de 150 páginas, que revelou toda a trajetória de movimentações feitas desde 2019. O suspeito assumiu o controle da conta, dia 25/10/2021. Foi então que percebeu-se um número anormal de movimentações feitos pelo ex-tesoureiro.
Envolvendo entradas e saídas, o rombo contabilizou uma retirada bruta de, aproximadamente, 600 mil reais. Todas as movimentações anteriores a mudança de banco não excediam o valor de R$ 5 mil. Contudo, as saídas se intensificaram em dezembro de 2022, quando a conta passou para sua titularidade. Ainda durante o carnaval, o suspeito ainda solicitou mais R$ 12.000,00 de empréstimo para outros membros da diretoria da república.
Quando se depararam com o tamanho do problema, os moradores registraram um boletim de ocorrência, que corre em segredo de justiça. Desde o conhecimento sobre o rombo, os moradores não tentaram mais contato com o suspeito.
A SITUAÇÃO ATUAL DA REPÚBLICA
Os moradores não sabem ao certo quanto ao futuro da república. A Paternon foi fundada em 1996 e desde então tem o objetivo de fornecer moradia de qualidade e de baixo custo aos estudantes de baixa renda que vinham estudar em Ouro Preto. Eles utilizavam parte desse valor que em caixa para subsidiar as despesas da casa, ou seja, o valor que os moradores da república pagam, não são suficientes para cobrir os gastos da moradia. A república já teve algumas sedes, entretanto, há mais de 10 anos moram de aluguel em uma casa um pouco mais ampla e que comporta uma quantidade maior de estudantes e com a falta desse dinheiro, dificilmente irão conseguir continuar vivendo nessa casa. Eles seguem a procura de uma casa um pouco menor e que comporte uma quantidade inferior de estudantes.
Atualmente existe um auxílio financeiro dos ex-alunos da república, que são aqueles que moraram durante o período de graduação, já formaram e estão atuando no mercado de trabalho.
Atualmente a República possui mais de R$60.000,00 em dívidas. Devido fonte de renda vir das festas feitas na república durante o carnaval, chegaram algumas dívidas com fornecedores da festa deste ano, pois eles estavam aguardando passar a folia para saber quanto era a arrecadação e somar todo o valor para encaminhar para os fornecedores e prestadores de serviço, entretanto, o dinheiro arrecadado no carnaval de 2023 também foi desviado.
Por isso, eles ainda não sabem se reaverão o dinheiro supostamente roubado. Os moradores relatam estarem trabalhando diariamente e correndo atrás disso.
ESCLARECIMENTO DO EX-TESOUREIRO
Em contato prévio com os advogados da família, foi esclarecido que o morador está sob tratamento médico, mas à completa disposição, através de seus advogados, para esclarecer a situação e demonstrar a verdade acerca dos fatos, conforme já repassado aos representantes da associação. Reiteramos que a qualquer exposição indevida da imagem do morador não é o meio adequado para a resolução da questão e será alvo das medidas cabíveis, se necessário. + Qualquer pronunciamento em nome do morador se dará através do escritório Teixeira | De Faria Advocacia e Consultoria Jurídica.
ESCLARECIMENTO BANCO CITADO
A Efí esclarece que a conta corrente em questão foi aberta em 2021 e está devidamente regularizada. Toda e qualquer transação foi validada a partir de senha de acesso e assinatura eletrônica, por meio de dispositivo de segurança configurado previamente.
A companhia ressalta que, além da segurança das autorizações das transações, dispõe de ferramentas de segurança que podem ser utilizadas pelos clientes, como a de “Usuários Secundários”, que permite o cadastrado de usuários, além do titular, para acesso à conta, com permissões específicas por usuário, como, por exemplo, acompanhamento de extrato financeiro.
A empresa também ressalta que está à disposição das autoridades para qualquer esclarecimento adicional
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Jornalista formado pela Universidade Federal de Ouro Preto, com passagens por Esporte News Mundo, Blog 4-3-3 e Agência Primaz.
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