Durante a 34ª Reunião Ordinária da Câmara Municipal de Ouro Preto, realizada nesta terça-feira (20), o morador da comunidade rural de Catarina Mendes, Geraldo Coelho, usou a Tribuna Livre para relatar o abandono da localidade. Segundo ele, os problemas de acesso, saúde e segurança persistem há mais de 13 anos, sem que haja respostas concretas do poder público.
“A comunidade do Catarina Mendes não está bem. A maior dificuldade que enfrentamos é o acesso. Quando chove, não temos como sair nem voltar”, afirmou. Coelho explicou que a falta de infraestrutura nas estradas prejudica diretamente a vida dos moradores, impossibilitando deslocamentos para atendimento de saúde, acesso à educação, realização de trabalhos e até compras básicas no comércio.
Ele listou os principais pontos críticos da região, como a ausência de vias alternativas pela localidade de Granjeiras, dificuldades para atravessar a Serra do Boqueirão, a má conservação das estradas pelo Alto dos Cardosos e a interrupção do trecho asfaltado no Sítio dos Pinheiros. Segundo o morador, ofícios já foram encaminhados ao Executivo solicitando intervenções, mas não houve retorno nem definição de prazos.
“A estrada é um problema, mas o maior problema é o que ela impede. Sem estrada, não temos acesso à saúde, ao comércio, ao trabalho. Já perdi compromissos por causa da chuva e sei de gente que precisou sair da comunidade para garantir o acesso à escola”, relatou Coelho.
Além dos problemas de infraestrutura viária, ele denunciou a precariedade na comunicação por telefone, a inexistência de transporte público e episódios recentes de violência, como ameaças feitas por motociclistas. “Não temos segurança nem estrutura. E a manutenção da estrada só aparece em época de festa. Depois, tudo volta ao abandono”, criticou.

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A fala do morador foi repercutida por diversos vereadores. Alessandro Sandrinho (PP) parabenizou a participação de Coelho e destacou que o problema de acesso não é exclusivo de Catarina Mendes, mas comum a outras comunidades do município. Ele defendeu a criação de um cronograma fixo de manutenção das estradas rurais. “Não dá para manter a lógica de arrumar estrada só para receber visitante. A comunidade precisa de estrutura no dia a dia. A manutenção precisa ser feita ao menos duas vezes por ano, com atenção especial aos trechos mais críticos”, afirmou.
A vereadora Lilian França (PP) reforçou a importância de garantir o direito de ir e vir, especialmente para as mulheres da região. “É muito importante, principalmente em relação às mulheres que ali se encontram, que às vezes precisam de alguma saída de emergência. Com o aumento dos casos de violência, garantir o direito de ir e vir é fundamental. Estamos aqui para ajudar e oferecer o suporte necessário”, declarou.
Já o vereador Luiz Gonzaga do Morro (PSB) lembrou que o tema da estrada de Catarina Mendes foi uma das primeiras pautas apresentadas por ele na Câmara de Ouro Preto. “Foi a segunda indicação que fiz nesta casa. O problema é antigo. Faltam dois quilômetros para completar a primeira etapa do asfalto. O secretário (de Obras), Franklin, esteve lá com mais de 50 moradores e se comprometeu a resolver isso ainda este ano. Vamos continuar cobrando”, afirmou.
Ele também criticou o que chamou de “manutenção seletiva”, feita apenas em períodos festivos. “Parece que manutenção só acontece quando tem festa. Isso está errado. A manutenção tem que ser contínua”, reforçou o vereador.
Os demais parlamentares presentes manifestaram apoio às reivindicações e colocaram-se à disposição da comunidade. A Câmara deverá encaminhar formalmente as demandas ao Executivo municipal, com a expectativa de que medidas emergenciais sejam tomadas e que um plano de ação de longo prazo seja estruturado para atender às necessidades básicas de acesso, saúde e segurança da população de Catarina Mendes.
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Bacharel em jornalismo pela Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), com passagens por Jornal O Espeto, Território Notícias e Portal Mais Minas.
Parabéns pela fidelidade da redação da matéria sobre Catarina Mendes. Obrigado pela divulgação.
Geraldo Coelho.