Entre os dias 20 e 22 de maio, o município de Barra Longa recebe um encontro singular entre tradição, arte e memória com o workshop “Entre Couros e Linhas”, conduzido pela renomada artesã paraibana Ivânia Barreto. A iniciativa faz parte do projeto Casa Bordada, promovido em parceria com a Associação de Cultura Gerais (ACG) e com curadoria de Ronaldo Fraga, como ação integrante do programa de Reparação da Bacia do Rio Doce.
A proposta do workshop é unir a técnica do artesanato em couro — especialidade de Ivânia, que atua há quase 30 anos nesse ofício — com o bordado Richilieu, técnica tradicional e simbólica de Barra Longa. A atividade convida artesãs locais a explorarem novas linguagens visuais, conectando suas histórias ao trabalho manual em uma experiência sensorial e de compartilhamento.
Segundo Ivânia Barreto, cada ponto representa mais do que técnica: é uma expressão de memória, resistência e poesia. “Transformar couro em flor é como escrever com as mãos. Cada flor, cada recorte, tem o cuidado e a história de quem o cria”, destaca a artesã, cuja trajetória é marcada por criações que unem ancestralidade e identidade.
O encerramento do workshop “Entre Couros e Linhas” acontece nesta quinta-feira, 22 de maio, às 14h, com uma exposição aberta ao público na Casa Bordada (Av. Capitão Manoel Carneiro, 306 – Centro, Barra Longa). A mostra reunirá os trabalhos desenvolvidos ao longo dos três dias de oficina, convidando a comunidade a prestigiar e celebrar o talento e a dedicação das participantes.
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O projeto Casa Bordada, iniciado em 2024, busca fortalecer o protagonismo das bordadeiras de Barra Longa por meio da valorização de saberes tradicionais e da promoção de práticas colaborativas. A iniciativa já realizou um mapeamento sociocultural da região, além de oficinas formativas com foco na preservação e reinvenção das técnicas locais.
Atualmente, o projeto também desenvolve uma coleção exclusiva de peças artesanais, em parceria com o estilista Ronaldo Fraga, cuja previsão de lançamento é julho de 2025. A coleção vem sendo criada junto às artesãs locais, como parte de um processo de acompanhamento criativo e fomento ao empreendedorismo feminino.
Cada peça produzida sob o guarda-chuva do Casa Bordada é, ao mesmo tempo, arte e documento: borda narrativas, identifica quem cria e revela o território onde essas mulheres vivem. A iniciativa transforma o fazer manual em uma força cultural e econômica, contribuindo para a preservação do patrimônio imaterial de Minas Gerais.
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