A desigualdade racial no mercado de trabalho pode ser quantificada quando se analisa a diferença na remuneração média das mulheres negras em comparação com outras pessoas. De acordo com um estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), apresentado na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), a renda média dessa população é de R$ 1.908, contra R$ 3.096 das mulheres não negras. Já homens negros recebem R$ 2.390, e homens não negros, R$ 4.013.
Quando comparamos a remuneração de mulheres negras e homens brancos, os números ficam ainda mais gritantes. Elas recebem, em média, R$ 2.105 a menos, o que representa uma diferença de cerca de 52,4% a menos no salário das mulheres negras em comparação aos homens não negros.
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Quando o assunto é cargos de direção, os números seguem impactantes. De acordo com a pesquisa, negros – homens ou mulheres – ocupam 2,1% dos cargos de gerência e direção. A taxa é de 4,3% para mulheres não negras e 5,5% para homens não negros.
Os números foram apresentados superintendente regional do Trabalho e Emprego em Minas Gerais, Carlos Calazans, no Seminário Legislativo Estatuto da Desigualdade. O evento, realizado ontem (19) discutiu a importância das políticas públicas considerarem as desigualdades sociais antes da implementação.
O seminário quer ampliar o debate sobre Estatuto da Igualdade Racial em Minas Gerais, que pode ser instituído através do PL 817/2023. A proposta, de autoria das deputadas Macaé Evaristo (PT), Ana Paula Siqueira (Rede), Andréia de Jesus (PT) e Leninha (PT), aguarda parecer de 1º turno da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O evento tem programação até o dia 21.
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Jornalista formado pela Universidade Federal de Ouro Preto, com passagens por Esporte News Mundo, Blog 4-3-3 e Agência Primaz.