O Banco Central registrou uma queda recorde no número de transações via pix, logo após a disseminação de fake news em torno de uma normativa da Receita Federal. Segundo o levantamento do jornal O Globo com base nos dados do Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI), no período analisado foram registradas 1,250 bilhão de movimentações financeiras neste modal, número que apresenta uma retração de 10,9% em relação a dezembro.
O recorte temporal analisado pelo jornal representa os dias em que se espalhou pelas redes sociais uma onda de desinformação sobre a instrução normativa RFB nº 2219, de 17 de dezembro de 2024. As notícias falsas propagam que a partir de janeiro deste ano, o ‘Governo Federal vai taxar o pix’. Como estratégia política, afirmam que as pessoas físicas que movimentam mais de R$ 5 mil e pessoas jurídicas mais de R$ 15 mil, terão que pagar taxas de imposto de renda. Além disso, também disseminam que haverá vigilância nas transações.
Contudo, as novas regras do órgão de controle dos tributos federais, na verdade visam reforçar os sistemas de segurança dos bancos digitais e impedir fraudes. No geral, grande parte dos bancos institucionais já realizam o repasse dessas informações para o governo. O que muda é que a partir de agora, os bancos digitais também realizarão este processo.
O Governo Federal nega que essa normativa visa onerar pequenos comerciantes. Contudo, por todo o país houve um movimento dessa classe de negar pagamentos via pix, com medo das supostas taxas.
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O pix, alvo de fake news, e sólido meio de pagamento
O Pix é hoje o maior meio de pagamento utilizado no Brasil. Segundo um levantamento do Banco Central, 76,4% da população usa a transação instantânea online para pagar as suas contas. 69,1% paga compra utilizando o cartão de débito. As cédulas em espécie seguem sendo utilizadas por 68,9% dos brasileiro.
Ou seja, a tecnologia implementada em 2021 pelo BC já virou paixão nacional. Muito por conta da sua praticidade e do acesso mais facilitado a celulares e internet. Mas o fato dele ser uma transação bancária gratuita é o seu grande trunfo.
Por isso, qualquer ataque a gratuidade é recebida com revolta pela população.
Governo busca combater desinformação com publicidade
A avaliação do Governo Federal sobre essa campanha de desinformação é que existem falhas na comunicação institucional. Concomitantemente a essa crise, Lula (PT) trocou o ministro-chefe da Comunicação, exonerando Paulo Pimenta e nomeando Sidônio Pereira.
O novo membro do executivo já agiu. Antes mesmo da posse, ele soltou uma determinação pedindo para que as agências contratadas pelo governo elaborem um material específico de esclarecimento sobre a normativa da Receita.
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Jornalista formado pela Universidade Federal de Ouro Preto, com passagens por Esporte News Mundo, Blog 4-3-3 e Agência Primaz.
