Pela primeira vez, o Dia da Consciência Negra será feriado nacional

Amanhã (20), Dia da Consciência Negra, será feriado nacional pela primeira vez na história do Brasil. Mas você sabe o que essa data celebra?

O projeto de lei Projeto de Lei 3268/21, que define o 20 de Novembro como feriado foi promulgada em 21 de dezembro de 2023, pelo presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT), após ter sido aprovada no congresso em 29 de novembro do ano passado. A partir dessa decisão, o dia passou a ser nomeado como Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra.

Antes, a data já era considerada feriado em seis estados brasileiro, em aproximadamente 1.200 cidades, se expandindo agora para todo o território nacional.

Mais do que um dia a menos de trabalho, a data representa as lutas de vários povos por emancipação fora de seus locais de origem. Por conta disso, a valorização da cultura africana, também fundadora da identidade nacional brasileira, é importante nesta data.

Em Mariana, haverá um dia recheado de atrações na Praça Gomes Freire, o Jardim, com feira de afro empreendedores e muita música. Em Ouro Preto, a Prefeitura organizou um evento na Casa de Cultura Negra, que têm início às 14h e se estende até a noite.

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Mas o que a data relembra?

Em 20 de novembro de 1695 morria Zumbi dos Palmares, um dos líderes do Quilombo dos Palmares, símbolo da resistência do povo escravizado, que ansiava pela liberdade no início do Brasil Colônia.

O Quilombo dos Palmares foi o maior quilombo da história do país, localizado na Serra da Barriga, no hoje município de União dos Palmares, no estado de Alagoas. Segundo fontes históricas, na época o local chegou a reunir 20 mil pessoas. Esse agrupamento representava a resistência fora de África, em que os escravizados fugiam para buscar uma vida livre.

Por conta disso, Zumbi foi denunciado e morto pela corte portuguesa. Em 2011, a data entrou no calendário oficial e passou a ser celebrada como o Dia da Consciência Negra.

Alguns números que mostram a realidade devastadora que foi a escravidão:

Tráfico transatlântico de escravos

12,5 milhões de pessoas foram capturadas na África e embarcadas em navios negreiros entre os séculos XVI e XIX.
Cerca de 2 milhões morreram durante a travessia do Atlântico, conhecida como “Passagem do Meio”, devido às condições desumanas.
Aproximadamente 10,7 milhões de africanos chegaram vivos às Américas.

Escravidão no Brasil

O Brasil foi o maior destino de escravizados nas Américas, recebendo cerca de 4,9 milhões de pessoas – cerca de 40% do total.
Durante os séculos XVIII e XIX, o tráfico interno também se intensificou, com milhares de escravizados sendo deslocados entre regiões dentro do país.
A escravidão no Brasil durou mais de 300 anos, sendo oficialmente abolida apenas em 13 de maio de 1888, com a assinatura da Lei Áurea.

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