A cidade de Ouro Preto revive a dor de uma tragédia de uma acusação de feminicídio que ocorreu há oito meses, quando uma jovem de 27 anos teve sua vida abruptamente interrompida. O caso, inicialmente tratado como um acidente de trânsito, se transformou em uma acusação de crime contra a mulher que até hoje busca a devida justiça. Há pouco mais de um mês atrás o Galilé já repercutiu uma outra movimentação da família da jovem.
No fatídico dia 5 de dezembro do ano passado, a jovem foi encontrada morta após o que, à primeira vista, parecia um acidente automobilístico. Porém, as investigações conduzidas pela Polícia Civil de Ouro Preto revelaram que por trás desse aparente acidente se escondia um caso de feminicídio, em que o veículo havia sido deliberadamente usado como uma ferramenta para ceifar a vida da vítima.
O motorista do carro, o suspeito, mostrava sinais de embriaguez, sendo submetido ao teste do etilômetro com um resultado de 0,42 mg/l, configurando crime de trânsito. Inicialmente autuado por embriaguez ao volante, lesão corporal culposa no trânsito e homicídio culposo no trânsito, a investigação da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) revelou que o incidente não foi um acidente. A apuração indicou que, após uma discussão, o homem acelerou o veículo em direção a uma ribanceira, após anunciar sua intenção de matar os ocupantes do carro.
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Desde então, a família da jovem tem lutado para ver o acusado não fique impune e para que a justiça seja feita em memória da filha, irmã e amiga que perderam de maneira tão trágica. Em busca de visibilidade e conscientização sobre os perigos do feminicídio, a família realizou mais um protesto nesta data, retornando ao local onde a jovem perdeu sua vida, em uma comovente demonstração de luto e indignação.
O pai da vítima entende que o sentimento de impunidade é o que mais machuca seu coração O fato de todo esse tempo ter se passado e ainda nenhuma ação ter sido tomada pelo Ministério Público o indigna.
“Eles vão ter que me dar uma explicação de por que minha filha está comendo terra e o filho de uma égua não está comendo arroz com feijão na cadeia, sendo que já foi caracterizado como feminicídio ou homicídio. Já está na segunda vara. Então, ele tem que estar preso. Eu não estou aguentando mais, não.”
Disse o pai ao Galilé.
A polícia respondeu o pai da vítima com essa mensagem: “O inquérito concluído pela polícia civil foi enviado para o Ministério Público que poderá ajuizar Ação Penal para que que o Autor responda pelo crime de feminicidio. Somente ao final do processo judicial poderá haver alguma decisão acerca da prisão”.
A espera por justiça já se estende por oito meses, período em que a família tem enfrentado a dor da perda e a frustração da demora no desenrolar do caso. Os manifestantes levantam cartazes e proclamam palavras de ordem, exigindo a prisão do acusado e a garantia de que a memória da vítima não seja apagada.
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Jornalista formado pela Universidade Federal de Ouro Preto, com passagens por Esporte News Mundo, Blog 4-3-3 e Agência Primaz.
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