Título contra o Atlético, números e esquema tático: saiba tudo sobre o técnico Eduardo Coudet

O Atlético anunciou o seu novo treinador para 2023 no sábado (19). O argentino Eduardo Coudet, ex-Celta de Vigo, é o novo comandante atleticano. Ele chega ao Galo com a missão de substituir o técnico mais vitorioso da história do Alvinegro, Cuca, em um ano histórico para o clube. A Arena MRV será inaugurada na próxima temporada e a expectativa dos atleticanos é de que a próxima jornada seja melhor que a de 2022, com o time voltando a levantar taças.

Junto com Coudet, virão dois auxiliares técnicos: Ariel Broggi e Diego Monarriz; um preparador físico: Octávio Manera; um auxiliar de preparação física: Guido Cretari; e um analista de desempenho: Carlos Miguel Fernández.

Esta será a segunda passagem de Eduardo Coudet pelo futebol brasileiro. Em 2020, ele esteve à frente do Internacional, onde ficou por nove meses e foi vice-campeão brasileiro, ao lado do diretor de futebol Rodrigo Caetano, que também estava no Colorado naquele ano. Natural de Buenos Aires, Eduardo Coudet tem 45 anos e assinou contrato com o Atlético até dezembro de 2024.

O primeiro clube que Eduardo Coudet comandou foi o Rosario Central, em 2015. Depois disso, passou pelo Tijuana, do México, em 2017; Racing, da Argentina, em 2018 e 2019. Após dirigir o Internacional em 2020, ele se transferiu para o Celta de Vigo, da Espanha, mas foi desligado do clube no início de novembro deste ano.

Título sobre o Atlético

Eduardo Coudet foi jogador por 18 anos, atuando como meio de campo. Seu primeiro clube foi o Platense, mas tem passagens por outros grandes clubes da Argentina, como Rosário Central, San Loreno, River Plate e Colón. Ele também em clubes de três outros países: Celta de Vigo (Espanha), San Luis e Necaxa (México), Philadelphia Union e Fort Lauderdale Strikers (EUA).

Um fato curioso é que o primeiro título de sua carreira de jogador foi contra o Atlético, atuando pelo Rosario Central, na Copa Conmebol de 1995. A final do torneio daquele ano foi recheada de polêmicas, com a equipe argentina derrotando os mineiros nos pênaltis.

No primeiro jogo da decisão, o Atlético emplacou uma goleada de 4 a 0 no Mineirão e a torcida já preparava a festa do bicampeonato, já que o primeiro título da Copa Conmebol do Galo foi em 1992. Porém, mesmo com Taffarel debaixo das traves, o clube mineiro levou 4 a 0 fora de casa no segundo jogo e a final foi decidida nos pênaltis.

Uma história que é contada na Argentina é de que Coudet deu a ideia de abaixar o preço dos ingressos para o segundo jogo da final para 5 pesos e o estádio lotou de torcedores do Rosario Central que pressionaram os jogadores atleticanos. Nos pênaltis, os argentinos venceram por 4 a 3.

No ano seguinte, na Super Copa Conmebol, Coudet reencontrou com o Atlético novamente, também atuando pelo Rosario Central, em um jogo disputado em Cuiabá. Desta vez, o Galo levou a melhor, ganhando nos pênaltis, após um empate sem gols, por 10 a 9. O time mineiro acabou perdendo a final do torneio para o São Paulo por 3 a 0.

Em 2020, já como treinador do Internacional, Coudet enfrentou o Atlético novamente, no Campeonato Brasileiro. Na época, o Galo era comandado pelo também argentino Jorge Sampaoli e perdeu para o Colorado no Beira Rio pelo placar mínimo.

Outra coincidência

Coudet é sobrinho de Filpo Nuñes, o técnico que comandou a primeira Academia do Palmeiras (década de 1960), e que iniciou sua longa trajetória no Brasil no comando do Cruzeiro, em 1995. Filpo foi o único argentino a comandat a Seleção Brasileira.

Filpo não está entre os maiores técnicos da história do Cruzeiro, mas era o estrangeiro com mais jogos no comando da Raposa, com 29 partidas, até a chegada de Paulo Pezzolano ao clube celeste, que superou esse número.

O apelido

Eduardo Coudet carrega o apelido de “Chaco”. Essa história começa quando ele ainda era jogador do Platense, em 1993. Por conta do cabelo longo, Coudet era comparado com o atacante que jogou no Huracán, Boca Juniors e Vélez Sarsfield, Cláudio “Chacho” Cabrera.

Mais uma coincidência é que Cabrera tinha ligação com Antônio Mohamed, ex-técnico do Atlético, no início da década de 1990, por ter um estilo “roqueiro”, conforme destacou a revista argentina El Gráfico. Além disso, Turco e Coudet já tiveram o mesmo agente, ambos já treinaram o Tijuana, Celta de Vigo e agora o Galo.

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Números e esquema tático

Eduardo Coudet segue a filosofia de Marcelo Bielsa e gosta de trabalhar com o esquema 4-1-3-2, com sua equipe tendo a posse de bola e construindo as jogadas pelo meio. O treinador também treina seus jogadores para pressionarem o adversário após a perda da posse de bola ainda no campo de ataque.

Do meio para trás, Coudet utiliza uma linha defensiva composta por quatro jogadores, com um volante fazendo a distribuição do jogo. À frente, ele trabalha com três jogadores de sustentação no meio de campo, tendo um deles com maior destaque.

Pensando no atual elenco atleticano, é possível pensar em Allan fazendo a primeira transição, distribuindo bola, e Nacho Fernández como o protagonista no meio de campo. Como Coudet utiliza dois jogadores no ataque, imagina-se que a dupla será Keno e Hulk, mas os nomes podem mudar, tendo Pavón, Kardec e Pedrinho com potencial de disputar vaga no time titular. É preciso lembrar que o técnico já trabalhou com Matías Zaracho em 2018, no Racing, e pode recuperar o jogador que brilhou na temporada 2021 com a camisa alvinegra.

Em sua última passagem no futebol brasileiro, Coudet comandou o Internacional em 46 jogos, tendo 24 vitórias, 13 empates e apenas nove derrotas, dando em um aproveitamento de 61,5%.

Títulos

Como jogador, Eduardo Coudet foi multicampeão com o River Plate, conquistando a Apertura da Primeira Divisão argentina em 1999 e a Clausura quatro vezes (2000, 2002, 2003 e 2004). Além disso, ele conquistou a Copa Conmebol pelo Rosario Central em 1995.

Já na sua carreira como treinador, Coudet acumula passagens por Rosario Central (20150-2016), Tijuana (2017), Racing (2018-2019), Internacional (2020) e Celta de Vigo (2020-2022). Seus únicos dois títulos foram conquistados com o Racing: Superliga Argentina: 2018–19 e Trofeo de Campeones: 2019.