A Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) se pronunciou, nesta quarta-feira (29), sobre as denúncias de falta de fiscalização, descumprimento de regras e presença de residentes sem vínculo acadêmico nas moradias estudantis. As queixas foram relatadas por um estudante que pediu anonimato, alegando receio de retaliações. O relato mencionava consumo excessivo de álcool, barulho constante durante a madrugada, conflitos internos e a permanência de pessoas sem vínculo com a instituição, o que, segundo ele, estaria prejudicando estudantes em vulnerabilidade que aguardam vaga.
Em nota oficial, a UFOP afirmou que sua política habitacional atende até 504 estudantes, distribuídos entre a Vila Universitária e Apartamentos, em Ouro Preto, e os Conjuntos I e II, em Mariana. A instituição declarou que não permite, em hipótese alguma, que pessoas sem vínculo com a universidade residam nas moradias socioeconômicas, e que casos de irregularidade podem resultar em advertência ou expulsão, caso seja comprovado o acolhimento de moradores não registrados junto à Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários e Estudantis (Prace), responsável pela gestão do programa.
A universidade também destacou que não há registro de estudantes que tenham ficado sem acesso à moradia por causa de ocupações indevidas, apesar de reconhecer que as unidades operam próximas ao limite de capacidade. Segundo a UFOP, ainda há vagas disponíveis quando solicitadas por estudantes que atendem aos critérios socioeconômicos.
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Entretanto, a instituição reconheceu um ponto central levantado na denúncia: a falta de pessoal para realizar controle permanente de entrada e saída nas moradias. De acordo com o comunicado, essa limitação dificulta o monitoramento em tempo real da ocupação dos espaços. Por esse motivo, a UFOP reforça que denúncias devem ser feitas pelos próprios residentes, seja por meio de atas de reunião da moradia ou pela Ouvidoria, via Portal Fala.BR. Para que a apuração seja possível, a universidade enfatiza a importância de que essas denúncias contenham informações mínimas que permitam verificação.
Sobre episódios de desorganização, consumo excessivo de álcool e conflitos de convivência — situações descritas no relato enviado à reportagem — a nota não cita casos específicos, mas afirma que a Prace tem buscado ampliar o diálogo com os estudantes e se coloca à disposição para aprimorar as políticas de permanência.
O estudante que fez a denúncia relacionava os problemas à saúde mental na comunidade universitária, mencionando aumento de casos de adoecimento psicológico e evasão. A UFOP não comentou, na nota, essa relação direta, mas reafirmou que está aberta a fortalecer ações de suporte e acompanhamento.
A universidade finaliza garantindo que permanece em diálogo constante com moradores e que está aberta a aprimorar os mecanismos de fiscalização e acolhimento. A orientação oficial é que qualquer irregularidade seja informada formalmente para que medidas possam ser tomadas.
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Graduanda em Jornalismo pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), com passagens por Jornal O Espeto, Território Notícias e O Mundo dos Inconfidentes.
