A Orquestra Ouro Preto e o multiartista Antonio Nóbrega vão celebrar o encontro entre o erudito e o popular no espetáculo “Tirando a Casaca”. A saber, que chega a Congonhas neste sábado, 27 de maio, para única apresentação às 20h30, no Centro Cultural da Romaria, com entrada gratuita.
Com regência do maestro Rodrigo Toffolo, o concerto convida o público a um mergulho profundo nas raízes musicais brasileiras. Todavia, a partir de obras que viajam entre o frevo, o maracatu e outros ritmos nordestinos. Desse modo, com um repertório que reverencia a obra de Nóbrega e de compositores que fizeram parte do Movimento Armorial, unindo a dança, a voz e a orquestração. A união entre esses universos resulta em releituras inéditas de peças como Mateus Embaixador, Canjiquinha, Despedida, Tirando a Casaca e tantas outras.
“É um dos movimentos musicais mais complexos, mais incríveis que esse país já produziu, nessa tentativa mágica de ter um Brasil mais brasileiro, que deixou marcas profundas na arte brasileira, em mim, e no trabalho da Orquestra Ouro Preto. É sempre muito bom rever esse repertório, é sempre ótimo estar com o Nóbrega que, neste concerto, não só toca violino junto com a orquestra, mas dança e canta vários clássicos”, adianta o maestro Rodrigo Toffolo.
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Antônio Nobrega em Congonhas
Instrumentista, cantor, dançarino, ator e compositor, Nóbrega tem sua obra em consonância com diversos aspectos da cultura do país. Chamado por Ariano Suassuna a integrar o Quinteto Armorial (1971), Nóbrega é um marco na música brasileira. Porquanto, responsável por inserir um novo modo de conceber e de tratar os sons, focado na busca pelas raízes da música genuinamente nacional. E quebrando qualquer barreira entre a música e arte que se materializava nas salas de espetáculos e a que brota da tradição e do talento do povo.
Graças ao seu envolvimento com o universo da cultura popular brasileira que Antonio Nóbrega desenvolveu estilo próprio de criação. Nesse meio tempo, em campos como as artes cênicas e a música. Tendo criado espetáculos como “Lunário Perpétuo”, “A Bandeira do Divino”, “A Arte da Cantoria”, “O Maracatu Misterioso” e “O Reino do Meio-Dia”.
“A presença desses universos na minha vida foi de tal forma que influenciou não só meu fazer artístico, mas também minha visão de mundo, minha forma de pensar. Está tudo contaminado com o mundo cultural popular”, explica Nóbrega.
Assim como o artista pernambucano, a Orquestra Ouro Preto vem ao longo de sua trajetória quebrando as barreiras que colocam música de concerto e popular em lados opostos, sempre apoiada na excelência e na versatilidade.
“Quando a Orquestra incorpora pandeiro, instrumentos de percussão como faz nesse espetáculo, ou quando toco um bandolim e canto músicas ritmadas a partir de uma ciranda ou um maracatu, e esse universo é apresentado com uma orquestra, estamos celebrando esse conluio, esse casamento”, garante Nóbrega.
A apresentação de “Tirando a Casaca” em Congonhas tem patrocínio do Instituto Cultural Vale, parceiro da formação mineira na democratização do acesso à arte.
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Jornalista formada pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Atua na Real FM pela editoria de esportes e é apresentadora do Papo de Bola (Escola da Bola) e da Live Jay Sports.