Na manhã desta quarta-feira (28), o candidato à prefeitura de Mariana, Roberto Rodrigues (PL) e seu vice, Dr. Rodrigo Miranda (PL), concederam uma coletiva à imprensa no qual foi falado sobre a candidatura e suas propostas.
O evento ocorreu no antigo restaurante da Mina de Passagem. Além dos candidatos, também estiveram presentes candidatos a vereador e representantes de partidos (Avante, Novo, PSDB, PDT, PV e Rede).
Durante a apresentação, Roberto e Rodrigo falaram sobre suas trajetórias. Roberto destacou a sua passagem pela prefeitura de Mariana em 2012 durante um mandato de 11 meses. Também houve uma contextualização do imbróglio que foi os últimos dias para os partidos decidirem seus candidatos.
Roberto comentou que o objetivo da sua candidatura é dar mais opções para Mariana, visto o número reduzido de candidatos. Justificando, assim, a chapa Puro-sangue, que é quando Prefeito e Vice são do mesmo partido.
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Impugnação das candidaturas
Durante conversa com a imprensa, o candidato a Prefeito afirmou que o pedido de impugnação de sua chapa foi de um vereador do seu próprio partido após ser induzido pelo adversário de Roberto. Além disso, este mesmo adversário teria convencido as candidatas mulheres à Câmara do PL a abdicarem suas candidaturas, fazendo assim que o partido não possa ter nenhum candidato para vereador devido a cota de gênero.
Do outro lado, o candidato também esclareceu sobre os pedidos de impugnação da candidatura de Juliano Duarte (PSB). Segundo Roberto são dois casos de natureza distinta.
O primeiro se refere à permanência de uma mesma família no poder por mais de dois mandatos consecutivos.
Seu irmão, Duarte Junior, foi prefeito da cidade após dois mandatos, 2015 à 2016, após a cassação do mandato de Celso Cota, de quem era vice, e de 2016 à 2020. Após a vitória de Cota em 2020, mas a não permissão que ele assumisse o cargo, Juliano se tornou prefeito interino de Mariana, por conta de seu cargo como presidente da câmara. Em 2022, ele saiu do cargo por conta do parentesco com o ex-prefeito.
Roberto utilizou de metáfora de um supermercado para explicar a situação do município:
“Imagina que em um Supermercado o dono vira e fala o seguinte: ‘Olha, o caixa não pode usar camisa amarela, o caixa que usar a camisa amarela eu mando embora’. Uma caixa fica doente e o gerente vira e fala para o para o balconista. ‘Vai lá assumir o caixa porque a menina ficou doente’. O balconista tá de camisa amarela. O gerente está mandando, aí vai lá e assume. O dono do supermercado olha assim ‘caixa de camisa amarela, rua’. Ele [o balconista] diz ‘tá mais o gerente…’, ‘ Não tem gerente, eu sou o dono, é rua’.
Vamos botar as figuras nisso, o dono do supermercado é a Constituição Federal, você não pode ter o terceiro Mandato do mesmo grupo familiar, o gerente a Lei Orgânica do Município, na ausência do prefeito assume o presidente da Câmara, o balconista, Juliano, o cara de camisa amarela”.
Roberto Rodrigues e Dr. Rodrigo Miranda – Foto: Miller Corrêa Brito
Roberto usou a metáfora para dizer que, segundo ele, não importa se a pessoa foi ou não eleita, o que conta é que assumiu o cargo. Desta forma, em caso de vitória de Juliano, seria o quarto mandato em um mesmo grupo familiar.
A outra alegação é que a chapa de Duarte com Sônia Azzi (Republicanos) como vice, também está irregular, uma vez que a ata com a formação da chapa não foi transmitida para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no prazo. A oficialização de Sônia teria ocorrido em uma segunda reunião, no qual Avante, Novo e PL, já não apoiavam mais a chapa de Juliano, e esta reunião não teria sido transmitida.
Segundo apuração da Agência Primaz, a suposta irregularidade da reunião teria sido registrada em um Boletim de Ocorrência em 12 de agosto por Deyvson Ribeiro, presidente do União Brasil. Ele relatou que se insurgiu contra a escolha de Azzi e deixou o lugar da reunião sem assinar a ata.
Saúde
Em sua fala, o candidato a Vice Prefeito, Dr. Rodrigo Miranda, ressaltou seu trabalho como médico e como pretende usar sua experiência na área para melhorar um dos setores mais importantes para a sociedade. Ele destacou que Mariana está em 831º lugar no ranking que avalia a saúde pública em Minas Gerais. O estado tem 853 municípios.
Uma das maiores demandas da população de Mariana é a criação de leitos para um Centro de Terapia Intensiva (CTI), o médico acha que será uma tarefa difícil, pelas dificuldades de conseguir apoio do SUS, e pela falta de espaço para crescimento do Hospital Monsenhor Horta.
Ainda na saúde, o candidato destacou que mudança constante de prefeitos, e consequente instabilidade política, fez com que Mariana perdesse uma UTI Neonatal, em 2008. “O Hospital Monsenhor Horta sempre foi referência em saúde materna e infantil na nossa microrregião. Infelizmente, naquela confusão nossa de 2008 a 2012, a UTI neonatal foi para Ubá”, disse.
Apoiadores e imprensa durante evento – Foto: Miller Corrêa Brito
Planejamento Urbano
Para Roberto, planejamento urbano é a solução para problemas de especulação imobiliária, segurança e economia da cidade.
A cidade vê nos últimos anos um crescimento da sua população flutuante, segundo a prefeitura da cidade, esse ano houve um registro de 35 mil pessoas vindas de outras cidades.
“O que acontece, em Mariana, hoje, é que o poder público permitiu que essas terceirizadas que fazem serviço para as mineradoras ocupem o centro Urbano com alojamentos. Tem uma lista de 350 alojamentos dentro do centro urbano. Isso demanda água, luz, esgoto, saneamento básico, serviços que são para a população. A cidade tá sem infraestrutura para fornecer a população, imagina para a população flutuante. Esse tratamento eu acho que a gente tem que modificar na hora de dar um alvará de instalação para uma empresa que vai trazer 3 mil funcionários de fora e vai usar infraestrutura urbana para alojar essas pessoas. Então, acho que vamos ter que voltar para a época que se obriga a elas fazerem um alojamento fora da cidade e elas terem que fazer essa infraestrutura”, disse Rodrigues.
Ele ainda adiciona que o planejamento de bairros para todas as classes sociais, permitiria uma melhor expansão da cidade, além de ser uma forma de combater as invasões. Esse tipo de planejamento permitiria a criação de bairros com serviços essenciais como mercado e bancos, para que o centro histórico pudesse ser um espaço para turismo e lazer.
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Graduando em Jornalismo pela Universidade Federal de Ouro Preto. Atua como estagiário no Jornal Geraes e na Rádio Real FM.