A professora Sheila Dias Almeida, do curso de Serviço Social da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), foi convidada para fazer parte do Ministério da Igualdade Racial. A informação foi divulgada na página oficial da universidade.
O convite do executivo nacional veio para que ela integre um corpo técnico que acompanhará o PL de número 12.990/2014, que garante que 20% das vagas oferecidas em concursos públicos sejam reservadas para pessoas pretas e pardas. A revisão do texto demanda a presença de pesquisadoras e pesquisadores que analisam a importância desta lei na redução do racismo na contratação de pessoas negras.
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O Ministério da Igualdade Racial foi criado pelo governo Lula, em março de 2023, com o intuito de coordenar e executar políticas públicas de promoção da igualdade racial e combate ao racismo. Atualmente, a pasta é chefiada pela ministra Anielle Franco.
Sheila Dias acumula 25 anos de luta dentro de movimentos sociais
A carreira de Sheila e sua luta pelos direitos humanos começou antes da sua entrada na Universidade Federal do Rio de Janeiro, para cursar Serviço Social. Ela ingressou no movimento estudantil, em 2004, e logo assumiu posições de destaque dentro da organização de estudantes: “Minha inserção no movimento estudantil me levou a ocupar o cargo de representante nacional discente na Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS), no biênio de 2009 a 2010 — talvez tenha sido a primeira estudante negra a assumir esse nível de representação. Construímos o Colóquio de Serviço Social e as Relações Étnico-Raciais, realizado na Universidade Estadual do Rio de Janeiro”, disse Sheila para a UFOP.
Logo após se formar na graduação na UFRJ, ela seguiu o caminho da docência, se tornando mestre e doutora. Desde então, são 25 anos de luta dentro das instituições de ensino, em busca de construir o seu espaço dentro da pesquisa do Serviço Social.
Ao agradecer as pessoas que acompanharam a sua trajetória. Para Sheila, o ensinamento da filosofia iorubana do Ubuntu, ajuda a entender a importância da construção de uma história através de um olhar para o passado para realizar o presente e vislumbrar o futuro.
“Agradeço ao Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi) da UFOP, aos coletivos de militância de que participo, dentre eles o Itéramãxe (coletivo múltiplo e diverso que incentiva e prepara mães solo, pessoas com deficiência, indígenas, LGBTQIAPN+, pretas, pardas, ribeirinhas e quilombolas para entrar nas diversas pós-graduações do Brasil), e também a algumas ex-professoras e professores que me incentivaram muito”, disse Sheila.
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Jornalista formado pela Universidade Federal de Ouro Preto, com passagens por Esporte News Mundo, Blog 4-3-3 e Agência Primaz.