A Orquestra Ouro Preto comemora 25 anos de trajetória com uma programação especial repleta de concertos, estreias e lançamentos. O grupo mineiro, reconhecido nacional e internacionalmente por sua versatilidade e excelência musical, anunciou nesta segunda-feira (17), a programação para o ano de 2025, que contará com uma agenda que celebra sua história e projeta novos desafios para o futuro.
A temporada começou com uma turnê europeia que passou por seis países, consolidando ainda mais o prestígio da orquestra no cenário mundial. O maestro Rodrigo Toffolo, que conduz o grupo desde sua fundação, destacou a importância do marco: “Não é todo dia que um grupo independente consegue completar 25 anos de trabalho contínuo é um motivo de grande alegria. Chegamos a esse momento como um grupo maduro, independente e comprometido com a excelência musical.”
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Na sexta-feira (22), a Orquestra Ouro Preto inicia a comemoração de 25 anos com lançamento do seu 22º disco, um tributo à riqueza da música latino-americana. Intitulado Canções para Estações, o álbum revisita As Quatro Estações de Vivaldi com um olhar contemporâneo e regional. Além desse lançamento, a programação anual da orquestra inclui concertos em diversas cidades brasileiras, apresentações no exterior e colaborações com artistas renomados.
Uma das grandes novidades de 2025 será a estreia de Feliz Ano Velho, ópera baseada no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, autor de Ainda Estou Aqui. A obra será apresentada pela primeira vez no dia 14 de junho, em Copacabana, e também terá uma temporada em Belo Horizonte. O projeto conta com a composição musical de Tim Rescala e revisão do próprio autor.
O maestro Toffolo comentou sobre a escolha da obra: ““Não sei quem conhece aqui o livro, mas é um livro fantástico. E a minha visão sobre o livro sempre foi uma visão mais, mais… eu não diria engraçado porque não é, mas o jeito que ele escreve, não necessariamente nos joga na tragédia, não nos joga nesse lugar. Então, eu acho que tem tanta coisa naquele livro que pudesse ser falada, contada“, revelou Toffolo.”
Outro momento marcante da celebração foi a presença de Rufo Herrera, compositor argentino-brasileiro e autor do primeiro arranjo executado pela orquestra. Aos 92 anos, Herrera se apresentou na Casa da Ópera de Ouro Preto e foi ovacionado pelo público de pé. O concerto fez parte da Série Domingos Clássicos, que completa 10 anos de existência e tem sido fundamental para a formação de público para a música de concerto em Minas Gerais.

O prefeito de Ouro Preto, Angelo Oswaldo (PV), ressaltou a relevância da orquestra que completa 25 anos para a cidade e para a cultura nacional: “Eu tenho alegria de ter acompanhado esse percurso e poder dar testemunho de uma trajetória brilhante, que hoje ultrapassou todas as montanhas de Minas Gerais e percorrem vários países do mundo, sempre trazendo aplausos e referências muito significativas e empolgantes para nós.”
Concertos pelo Brasil e novos projetos
Ao longo de 2025, a Orquestra Ouro Preto levará sua música a várias partes do Brasil. Além de apresentações em Minas Gerais, o grupo realizará concertos em São Paulo, Rio de Janeiro e outros estados, incluindo apresentações em espaços icônicos como o Parque Ibirapuera e a Praia de Copacabana.
A programação também inclui a montagem de uma nova ópera baseada na obra de Antônio José da Silva, dramaturgo brasileiro do século XVIII conhecido como “O Judeu”. A peça, intitulada O Grande Governador da Ilha dos Lagartos, será encenada no Palácio das Artes e promete resgatar um importante capítulo da história da música luso-brasileira.
Com 20 discos lançados e indicações a prêmios internacionais, a Orquestra Ouro Preto se consolidou como uma das mais prestigiadas do Brasil. Para Toffolo, a busca pela excelência continuará guiando o trabalho do grupo: “A maneira como ensaiamos um repertório dos Beatles é a mesma com que abordamos a música clássica. Não há distinção quando o objetivo é a qualidade e a emoção transmitida ao público.”
Os próximos anos reservam novos desafios e oportunidades para a orquestra, que segue ampliando seu repertório e sua atuação. Seja na música de concerto tradicional, em parcerias com grandes nomes da MPB ou na criação de novas óperas, a Orquestra Ouro Preto reafirma seu compromisso com a inovação e a valorização da cultura brasileira.
A Orquestra Ouro Preto

Criada em 2000, a Orquestra Ouro Preto se destaca por sua abordagem inovadora, transitando entre o erudito e o popular. Sob a regência do maestro Rodrigo Toffolo, o grupo ganhou notoriedade ao interpretar tanto clássicos da música barroca quanto sucessos contemporâneos de artistas como Beatles, Alceu Valença e Fernando Brant. A combinação de excelência técnica com ousadia artística permitiu que a Orquestra conquistasse público e crítica, tornando-se referência na cena musical brasileira.
Ao longo de sua trajetória, a Orquestra Ouro Preto acumulou prêmios e reconhecimentos, consolidando-se como um dos principais conjuntos orquestrais do país. Seu repertório diversificado, que inclui desde interpretações de obras de Bach até tributos a bandas de rock, demonstra sua versatilidade e compromisso com a inovação.
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Bacharel em jornalismo pela Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), com passagens por Jornal O Espeto, Território Notícias e Portal Mais Minas.
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