O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) instalou, na manhã desta sexta-feira (26), o Conselho Federal de Participação Social da Bacia do Rio Doce e Litoral Norte Capixaba (CFPS Rio Doce), em cerimônia no Palácio do Planalto. O colegiado será responsável por acompanhar a execução do Novo Acordo de Mariana, assinado em 2024, que prevê um aporte de R$ 170 bilhões pelas mineradoras ao longo de 20 anos.
Em seu discurso, Lula afirmou que a repactuação foi necessária após quase uma década sem soluções efetivas para as comunidades atingidas. “Eu queria apenas agradecer. Agradecer ao companheiro Messias, ao companheiro Rui Costa, que tiveram um trabalho imenso para que a gente pudesse fazer um acordo com uma empresa que não queria negociar. Já fazia praticamente oito anos que o povo estava sendo enganado e perdendo a fé e a esperança de que as coisas fossem acontecer”, disse.
O novo conselho será composto por 36 membros, divididos entre governo e sociedade civil, e terá como atribuições monitorar e deliberar sobre a aplicação de recursos em áreas como segurança alimentar, educação popular, tecnologias sociais, esporte, cultura e defesa dos territórios. O fundo de participação social terá cerca de R$ 5 bilhões para projetos comunitários, com a definição das ações feita pelos próprios territórios atingidos.
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O prefeito de Mariana, Juliano Duarte (PSB), também participou da cerimônia e ressaltou o simbolismo da presença de Lula no município ao longo da história. “Ele esteve por três vezes em Mariana. Na morte do saudoso Dom Luciano, na inauguração do trem da Vale e na homologação do novo acordo de Mariana. Desde 2015, quando aconteceu o crime, nenhum presidente da República pisou no nosso território”, disse.
Nas suas redes sociais, Juliano destacou ainda o investimento de R$ 139 milhões em saúde no município. “Esse é um marco na história da saúde do nosso município. Vamos retomar obras de UBSs, construir novas unidades, erguer o Hospital Universitário e entregar o Centro Especializado de Atendimento a Crianças e Adultos com Espectro Autista. Além disso, vamos assumir o compromisso de zerar as filas de cirurgias eletivas, hoje sob responsabilidade do Estado, mas que há anos penalizam os cidadãos marianenses”, afirmou.
A tragédia de Mariana ocorreu em 5 de novembro de 2015, quando o rompimento da barragem de Fundão, da mineradora Samarco, liberou cerca de 39 milhões de metros cúbicos de rejeitos na Bacia do Rio Doce. Dezenove pessoas morreram e dezenas de municípios em Minas Gerais e no Espírito Santo foram impactados.
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Bacharel em jornalismo pela Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), com passagens por Jornal O Espeto, Território Notícias e Portal Mais Minas.
