Câmara de Mariana debate crise habitacional em ocupações

Câmara de Mariana debate crise habitacional em ocupações

A Câmara Municipal de Mariana discutiu, nesta segunda-feira (22), a crise habitacional envolvendo famílias dos bairros Santa Rita, Santa Clara, Vila Serrinha e outras áreas ocupadas do município. O debate foi motivado pelo Requerimento nº 143/2025, de autoria do vereador Marcelo Macedo (PSDB), que cobrou explicações do Executivo sobre o acordo firmado em 2019 com o Ministério Público para retirada das famílias no prazo de um ano.

Segundo Marcelo, o acordo não foi cumprido e a situação se agravou. “Como retirar todas essas famílias agora? O problema é complexo e exige seriedade. Mariana precisa urgente de um programa habitacional, promessa que nunca foi cumprida”, afirmou. Para ele, a alternativa viável seria aplicar o Reurb (Regularização Fundiária Urbana).

O representante da comunidade, José Maximiano, relatou a realidade das famílias que vivem nas ocupações em Mariana. “O caos já existe, porque são milhares de famílias em situação de abandono. Não se trata de invasão por vontade, mas por falta de oportunidade. Mariana fracassou em sua política habitacional”, declarou.

Câmara de Mariana debate crise habitacional em ocupações
Representando as comunidades da Vila Serrinha, Santa Clara e Santa Rita de Cássia, José Maximiano relatou a realidade das famílias que vivem nessas localidades / Foto: Geovanna Lopes.

Maximiano reforçou que não se pode criminalizar quem luta por um teto. “Estamos falando de trabalhadores, de mães que criam seus filhos sozinhas, de idosos que não têm condições de pagar aluguel. A moradia é um direito, não um favor”, disse. Ele pediu sensibilidade da Justiça: “Reintegração não pode ser feita sem alternativa digna. Onde essas famílias vão morar se forem despejadas?”.

O vereador Pedro Sousa (PV) também se manifestou. “Eu queria pedir desculpa a cada pai de família e a cada mãe que está aqui, porque a cidade não deu condições de vocês terem um pedaço de terra para criar seus filhos. Poucos com muito e muitos sem nada”, afirmou.

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Já o vereador Ítalo de Majelinha (PSB) destacou a especulação imobiliária como agravante. “As empresas também têm responsabilidade. Precisamos de políticas habitacionais acessíveis. Sou contra derrubar a casa de um pai de família. O único caminho é garantir que todos possam comprar um lote ou imóvel dentro das suas condições”, disse.

Ítalo alertou ainda para o risco de conflito social. “Quando o poder público demora a agir, a tensão cresce. Se não encontrarmos uma saída coletiva, esse problema pode virar confronto nas ruas”, afirmou.

A reunião também abordou a ação judicial movida pela Mina da Passagem, que envolve aproximadamente 10.500 pessoas. O caso ganhou repercussão após visita técnica do Tribunal de Justiça de Minas Gerais no bairro Cabanas, no último dia 15, quando moradores foram informados sobre o processo aberto em 2016.

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