O advogado Thomas Goodhead deixou oficialmente o Pogust Goodhead, escritório de advocacia que representa cerca de 640 mil vítimas do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana. A ação movida no Reino Unido pede £ 36 bilhões (R$ 257,44 bilhões) de indenização à mineradora BHP Billiton. A saída ocorre em um momento delicado, às vésperas de uma decisão crucial no processo.
O desligamento foi formalizado em 23 de setembro de 2025, segundo documento publicado no Companies House, registro comercial britânico. O formulário indica que o término do mandato ocorreu em 11 de setembro. Goodhead já havia sido afastado do cargo de CEO em agosto, quando Alicia Alinia assumiu interinamente a direção do escritório.
Em nota, o presidente do conselho, Howard Morris, afirmou que a banca está “bem posicionada para alcançar resultados, fortalecer a confiança dos clientes e parceiros e seguir firme na principal missão: responsabilizar empresas que causam danos a pessoas e ao meio ambiente, garantindo acesso à justiça”.
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Goodhead se afastou após tensões internas com o fundo americano Gramercy, principal financiador da ação contra a BHP. Com a sua saída, o escritório perde os dois sócios que deram nome à banca. Harris Pogust havia deixado o cargo em dezembro de 2024.
O processo contra a BHP no Reino Unido é conduzido pela juíza Finola O’Farrell, da Alta Corte de Londres. A primeira fase, que trata da responsabilidade da mineradora, foi concluída em março de 2025. A decisão é aguardada para os próximos meses. Caso a BHP seja considerada responsável, a segunda fase, prevista para outubro de 2026, irá quantificar os danos e as indenizações.
A tragédia de Mariana, em 2015, deixou 19 mortos, milhares de desabrigados e severos danos ambientais na bacia do Rio Doce. A barragem era operada pela Samarco, joint venture da BHP com a Vale.
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Bacharel em jornalismo pela Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), com passagens por Jornal O Espeto, Território Notícias e Portal Mais Minas.
