O Coletivo Escola Djalo completa nove anos de atividades e realiza, no dia 5 de julho, uma celebração com programação em dois pontos de Mariana: a Praça Gomes Freire, no centro, e o Espaço Fernando da Gata, no bairro Cartuxa. O evento tem como objetivo reafirmar a parceria cultural do coletivo com a cidade e comemorar com as comunidades locais sua trajetória de atuação afro-centrada e comunitária.
Fundado em julho de 2016 nas cidades de Mariana e Ouro Preto, o Coletivo Escola Djalo desenvolve ações educativas, culturais e artísticas afro-referenciadas, promovendo o intercâmbio entre redes, artistas, grupos e manifestações culturais locais, nacionais e internacionais. Entre os saberes cultivados pelo coletivo estão o congado, o boi bumbá, o ijexá, a capoeira angola, o maculelê, o samba de roda, o samba reggae e o samba de coco, mesclando tradições com experimentações contemporâneas.
A programação será iniciada às 10h, na Praça Gomes Freire, com o “Abraço das Árvores – Nit Garaban”. O ato consiste em vestir com panos brancos três árvores centenárias da praça, em uma performance ritualística que reúne pessoas de diferentes comunidades e crenças religiosas. A ação é descrita pelo coletivo como um pedido simbólico de paz e de valorização das expressões espirituais afro-brasileiras. O grupo solicitou à Prefeitura de Mariana que os tecidos permaneçam nas árvores por uma semana, possibilitando que mais pessoas entrem em contato com o gesto.
As demais atividades acontecerão no bairro Cartuxa, onde o coletivo já realiza ações contínuas. No Espaço Fernando da Gata ocorrerão dois atos: “Princesa Itulo” e “Rainha Djalô”. A programação inclui roda de abertura, brincadeiras e capoeira com crianças, contação de histórias africanas com o convidado Carlos Barbosa (Coletivo Tradição Viva), vivência de danças afro-indígenas com Circe Sampaio, ensaio aberto da Banda Djalo e uma sambada de coco com o grupo Cabaça da Serra.

O evento é gratuito e voltado para todas as idades. O coletivo solicitou apoio da Prefeitura com estrutura para o evento, incluindo banheiros químicos, liberação de via pública, brinquedos para as crianças — como cama elástica — e aparelhagem de som para as apresentações.
Em carta enviada à Prefeitura de Mariana e aos parceiros do projeto, o coletivo afirma que atua como uma escola-ateliê itinerante, que ocupa espaços públicos da região, especialmente em comunidades periféricas ou em processo de regeneração cultural, com foco na retomada dos chamados “reflorestamentos culturais ancestrais”.
A organização do evento é assinada por Mo Maiê, matrigestora do coletivo. Produções do grupo podem ser encontradas no canal do YouTube “Djalo Música Nomad”.
Bacharel em jornalismo pela Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), com passagens por Jornal O Espeto, Território Notícias e Portal Mais Minas.