Comerciantes de Mariana debatem impactos da duplicação da BR-356

Comerciantes de Mariana debatem impactos da duplicação da BR-356

Empresários de Mariana participaram, na noite desta quarta-feira (7), de uma reunião promovida pela Associação de Moradores de Passagem de Mariana e pela Comissão de Moradores da Vila São Vicente, para discutir os impactos da duplicação da BR-356 no comércio local. O encontro foi realizado na sede da Associação de Bairro da Chácara e reuniu moradores, comerciantes e lideranças comunitárias preocupadas com os efeitos da obra no trecho entre Passagem de Mariana e o trevo da Bateia.

O debate concentrou-se principalmente nos efeitos diretos que a duplicação poderá causar aos diversos estabelecimentos comerciais que margeiam a rodovia, como supermercados, oficinas, lojas de produtos para animais e atacadistas. Segundo os organizadores, há pouca informação pública disponível e muitas dúvidas persistem entre os moradores e empresários.

Raquel Sousa, moradora da Vila São Vicente, destacou que, apesar de já terem ocorrido quatro audiências públicas em Mariana, a maioria da população ainda desconhece os reais impactos do projeto. “Estamos explanando para os moradores o que está acontecendo. Pouca gente sabe do que se trata realmente essa duplicação”, afirmou.

Durante a reunião, foi ressaltado que o projeto de duplicação da BR-356 faz parte da concessão rodoviária prevista no programa “Via Liberdade”, que será leiloada no dia 10 de julho de 2025, na Bolsa de Valores (B3), em São Paulo. O contrato prevê a duplicação de 128 km da rodovia entre Mariana e Nova Lima, além da modernização de outros trechos, com investimentos estimados em R$ 6 bilhões — R$ 2 bilhões oriundos da repactuação pelo rompimento da barragem de Fundão.

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Rinaldo Pereira, presidente da Associação de Moradores de Passagem de Mariana, disse que o prazo é curto e que a mobilização precisa ser intensificada. “A evolução vai vir com o tempo, mas esse tempo não pode ser muito grande. O leilão está marcado para julho e muitos ainda não têm noção do que pode acontecer”, alertou.

No trecho de Mariana, estão previstos 15,7 km de duplicação, 11,8 km de terceira faixa, 13,8 km de acostamento e 2,5 km em travessia urbana, além da construção de passarelas e pontos de ônibus. Especificamente na Vila São Vicente, serão feitas correções de curvas, construção de retorno e acostamentos — mudanças que podem afetar diretamente as famílias e os comércios da região.

Os organizadores do encontro reafirmaram que não são contrários à duplicação da rodovia, mas pedem mais transparência no processo e diálogo com a população. “Não é barulho. Estamos tratando isso com seriedade. O que nos incomoda é a forma como a obra pode impactar a Vila e o comércio local”, afirmou Raquel Sousa.

O grupo pretende continuar promovendo encontros e busca apoio de autoridades para garantir que as decisões sobre a duplicação considerem os moradores e empresários que vivem e trabalham às margens da BR-356.

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