Minas Gerais é um dos estados brasileiros que mais sofre com as arboviroses, especialmente a dengue. Em 2024, o estado foi o segundo com maior coeficiente de incidência da doença, com 7.924 casos por 100 mil pessoas. Em 2025, o cenário, por mais que seja um pouco melhor, ainda é preocupante. Até o início de fevereiro, Minas já registrou mais de 23 mil casos da doença e 2 óbitos confirmados.
Embora boa parte da população esteja familiarizada com a doença que acomete o país todos os anos, ela não deve ser banalizada. Gabriel Hypolito, infectologista da Hapvida NotreDame Intermédica, explica que a doença pode se desdobrar em outras complicações, como hemorragias, sangramentos espontâneos, insuficiência renal, alterações no sistema nervoso, dentre outros problemas que podem resultar em morte.
“Esses sintomas indicam que a doença pode evoluir de forma grave. Qualquer que seja o caso, a pessoa deve buscar atendimento médico o quanto antes”, aconselha Hypolito.
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Os sintomas da doença são importantes para a identificação da gravidade dela. De acordo com Hypolito, 95% dos infectados apresentam quadros com sintomas clássicos, como febre alta, coceira nas mãos e pés, dor de cabeça intensa, fadiga, náuseas, dores musculares e atrás dos olhos.
Além disso, é importante lembrar que as pessoas que já foram infectadas pela doença não estão totalmente imunes aos riscos. O médico explica sobre os diferentes subtipos da dengue, afinal, uma pessoa só é imunizada pelo tipo em que foi infectada e a segunda infecção oferece o risco de desenvolvimento de formas mais graves da dengue.“Isso ocorre devido a um fenômeno chamado de amplificação dependente de anticorpos, em que os anticorpos do primeiro tipo podem facilitar a entrada do novo vírus nas células, agravando a resposta inflamatória e, consequentemente, piorando os sintomas”, esclarece Hypolito.
- Combate à dengue
A extinção de focos de água parada é o principal modo de prevenção da doença. O problema, no entanto, está também nos locais que não podem ser alcançados por cidadãos ou que, muitas vezes, sequer são identificados como propícios à reprodução do mosquito.
Com isso, o uso de drones no monitoramento e no tratamento das áreas pode significar mais eficácia no combate aos focos do mosquito. O Techdengue (techdengue.com), tecnologia da Aero Engenharia para o enfrentamento à dengue, age, inicialmente, identificando áreas prioritárias para o monitoramento de acordo com as necessidades de cada município.
A partir de sobrevoos dos drones então, são capturadas imagens georreferenciadas que são processadas e possibilitam a identificação de possíveis focos do Aedes aegypti, como pneus, caixas d’água abertas, piscinas abandonadas, etc. Em seguida, na fase de tratamento, os drones são carregados com larvicida para tratar até 26 focos do mosquito por voo, que dura aproximadamente 30 minutos. “Através de um estudo preliminar da área, é possível erradicar focos inalcançáveis ou não identificados com precisão e segurança, sem gerar riscos para qualquer colaborador”, conta Cláudio Ribeiro, CEO da Aero Engenharia, empresa especialista em Geoanalytics.
Segundo ele, o combate à dengue é um trabalho contínuo e deve ser intensificado fora do período de pico para reduzir a curva de casos e minimizar o impacto nos sistemas de saúde. “O envolvimento da sociedade também é de extrema importância, visto que a eliminação de criadouros domiciliares continua sendo uma medida indispensável”, completa.
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Estudante de jornalismo na Universidade Federal de Ouro Preto e estagiária no Jornal Geraes e na Rádio Real FM.
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