Engenheira denuncia caso de capacitismo durante show do Capital Inicial em Ouro Preto

Imagine se preparar para uma noite de alegria, em um show especial, e ver esse momento se transformar em um episódio marcado por capacitismo. Foi o que viveu a engenheira ambiental Daianna Lana durante o show da banda Capital Inicial, realizado na última segunda-feira (7), na Praça da UFOP, em Ouro Preto, como parte das comemorações pelo aniversário da cidade. Segundo seu relato, ela foi alvo de violência e hostilidade justamente na área reservada para pessoas com deficiência (PCD). O que deveria ser uma celebração em família acabou se tornando um episódio traumático.

Segundo o texto, publicado nas redes sociais, Daianna, que é autista e tem Transtorno de Ansiedade Generalizada, estava acompanhada da esposa, da filha de 7 anos, do cunhado e da irmã. A família foi hostilizada por parte do público por estar em pé e curtindo o show na área PCD. Depois, os organizadores a levaram para frente do palco, para retirá-las do local da confusão.

Nesse contexto, ela afirma ter sido alvo de xingamentos, provocações e acusações de fraude por pessoas que estavam atrás da área especial. “Me chamaram de mentirosa, oportunista, folgada”, relatou. Um homem teria empurrado uma cadeira em direção à sua irmã. A situação teria se agravado ao ponto de a equipe da prefeitura intervir e conduzi-las para frente do palco.

Nas fotos que ela compartilha nas redes, pessoas mostram o dedo do meio e sinalizam a presença dela.

Nos comentários do post, a irmã, Luanna Lana agradeceu o tratamento dos organizadores do evento: “Entendemos também que foi uma forma de carinho da prefeitura. Sabemos que foi feito tudo que puderam naquele momento, pq ainda estamos despreparados para essas situações, inclusive um agradecimento especial para o Felipe, que conversou com minha irmã e a acalmou”, disse Luana.

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A engenheira afirmou que tomará todas as medidas legais cabíveis. No fim da publicação, ela citou os artigos da Lei Brasileira de Inclusão e do Código Penal que, segundo ela, foram violados — incluindo injúria qualificada por capacitismo e violação do direito à dignidade e ao acompanhante.

“Ver Capital Inicial com a minha irmã era mais que entretenimento. Era resistência. Mas o que deveria ser leve virou trauma”, concluiu.

Posicionamentos oficiais sobre o caso de capacitismo em Ouro Preto

A vereadora Lilian França (PP) se manifestou com indignação nesta terça-feira (9). Em nota oficial, Lilian — conhecida por sua atuação em defesa dos direitos das pessoas com deficiência — classificou o episódio como uma “cena inaceitável de hostilidade” e expressou solidariedade à vítima e sua família. Ela destacou que Daianna, autista e com Transtorno de Ansiedade Generalizada, estava acompanhada da filha de 7 anos, da esposa e da irmã, que enfrenta um tratamento contra o câncer.

Para a vereadora, a presença da família em um espaço reservado a PCDs, garantido por lei, foi recebida com exclusão e preconceito por parte do público, numa tentativa de silenciar quem tem direito ao espaço. Lilian criticou duramente a condução do caso pela organização do evento, que retirou as vítimas do local em vez de conter os agressores: “Não podemos mais aceitar que as vítimas sejam deslocadas enquanto os agressores permanecem impunes e confortáveis”, afirmou.

O secretário de saúde de Ouro Preto também se pronunciou. Ele destaca que um dos agressores é motorista da Prefeitura, mas não funcionário do SAMU, como divulgado. “Deixo meu REPÚDIO em relação ao ocorrido!! LAMENTÁVEL que um profissional de saúde não consegue respeitar uma pessoa! Independente de ser deficiente ou não!!! Respeito acima de tudo. DEFICIÊNCIA OCULTA EXISTE E PRECISA DE RESPEITO!! Daianna conte comigo para o que precisar! Não se cale e não deixe seu direito ser lesado!!! ( só pra deixar claro: o agressor não é um profissional do SAMU, é motorista da prefeitura, presta serviço de ambulância mas não no SAMU)”, disse Leandro no post.

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