Incêndio no Pico do Itacolomi chega ao quinto dia

Os trabalhos para combater o incêndio no Pico do Itacolomi chegam ao seu quinto dia. No total, oito Bombeiros Militar e 50 brigadistas/voluntários estão na operação para controlar as chamas no Parque Estadual que marca a paisagem ouro-pretana.

O combate ao incêndio conta com o apoio aéreo do helicóptero Pégasus. Em nota foi informada as frentes de trabalho

Realização de rescaldo na área do pico;
Combate na região do sertão e de uma nova linha de incêndio;
Monitoramento dos pontos debelados nos dias anteriores.

Neste período de seca, um dos piores na história do país, o governo do Estado de Minas Gerais aposta no trabalho dos brigadistas para combater o fogo. Ao todo, foram criadas 390 vagas este ano para o trabalho de brigadista.

O desafio destes profissionais se concentra entre os meses de julho e outubro, período em que as dificuldades do trabalho como solos irregulares, visibilidade reduzida provocada pela fumaça e ar praticamente irrespirável são acentuados e agravados. Nesta época, devido à escassez de chuvas, a umidade do ar fica abaixo dos 60% e a vegetação seca fica mais suscetível a incêndios florestais, muitas vezes causado por ação humana.

Este ano o caso é mais grave ainda, o Estado está a mais de 90 dias consecutivos sem chuvas significativas, com temperatura alta e umidade relativa do ar muito baixa.

Confira algumas imagens do fogo no Pico do Itacolomi

Fotos: Gabriela Carvalho

Neste mês de seca, Minas Gerais registrou diversas queimadas. Além do Pico do Itacolomi, os bombeiros e brigadistas atuam em outras localidades. Confira atualizações sobre a situação de algumas delas:

Parque Estadual da Serra do Brigadeiro
Dia da operação: 9º
BM: 12
Brigadistas/voluntários: 11
Apoio aéreo: 02 air tractors, helicóptero Guará
Parcial: sobrevoo para verificação de novos focos e lançamento de equipes em campo para combate e monitoramento dos pontos debelados nos dias anteriores.

Área de Proteção Ambiental do Alto do Mucuri
Dia da operação: 1º
BM: 04
Brigadistas/voluntários: 05
Apoio aéreo: ainda não solicitado
Parcial: Foco detectado via BD Queimadas e NASA Firms, ainda sem mais detalhes. A força tarefa já está em campo para combate.

O combate ao fogo

Pedro Castro, Brigadista desde 2018, atua principalmente no Parque Estadual Serra Verde, lamenta que a maioria dos incendiários sejam causados pela ação humana. “As pessoas não pensam que ali naquela vegetação há vidas e o quão elas são importantes para o nosso cotidiano”, destaca.

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Queima de lixo próxima às áreas protegidas, guimbas acesas de cigarro e até mesmo ação proposital são alguns dos exemplos de como grandes incêndios podem ser provocados e colocando em risco a biodiversidade, a vida de animais e dos profissionais que atuam no combate a incêndios.

Tadeu Heleno, brigadista no Parque Estadual da Serra do Rola-Moça, na Região Metropolitana de BH, desde 2017, diz que segue focado em realizar seu trabalho de combater o incêndio, mas fica um sentimento de indignação. “A gente vai com intuito de resolver o problema, mas vamos indignados, pois sabemos que tem que ter fim. Mas buscamos debelar o incêndio e voltar em segurança, pois sabemos que na casa de cada combatente há familiares esperando o retorno”, explica.

“A frustração fica por conta dos incêndios que se prolongam. A gente nem dorme à noite pelo sentimento de dever não cumprido”, comenta Edson Flores, agente de parque e coordenador de Combate a Incêndios Florestais no Rola-Moça. Ele ainda destaca que alguns incêndios podem afetar mais do que só a natureza. No Rola-Moça, há seis mananciais que abastecem 40 % da Região Metropolitana de BH.

Com informações da Agência Minas

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